O simbolismo brasileiro como ruptura?

Cruz e Sousa e a poesia moderna

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.35699/2317-2096.2024.51772

Palabras clave:

simbolismo brasileiro, poesia moderna, poesia brasileira, Cruz e Sousa, historiografia literária

Resumen

O propósito deste artigo é refletir sobre as possibilidades de compreensão do simbolismo brasileiro como momento particular da constituição da poesia moderna no Brasil, considerando a obra de Cruz e Sousa, poeta central desse movimento, como paradigma de transformações estruturais posteriores na literatura brasileira. Desse modo, a partir de considerações recentes que reveem o papel das vanguardas brasileiras como ponto fundamental de ruptura estética, em especial a partir da obra dos autores que participaram ou orbitaram a Semana de Arte Moderna, procuramos destacar elementos presentes na produção poética finissecular que já evidenciavam traços de compreensão e incorporação de elementos da poesia moderna em sua prática. Assim, é possível perceber que aspectos ainda inauditos ou dispersos na consideração acerca do simbolismo brasileiro podem abrir caminhos para uma revisão de seu papel na historiografia literária brasileira.

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Biografía del autor/a

  • Julio Cezar Bastoni da Silva, Universidade Federal do Ceará (UFC) Fortaleza | CE | BR

    Doutor em Estudos Literários pela Universidade Estadual Paulista 'Júlio de Mesquita Filho' - Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara (UNESP-FCLAr). Professor de Literatura Brasileira da Universidade Federal do Ceará (UFC) e do Programa de Pós-Graduação em Letras: Literatura Comparada (PPGLetras-UFC).

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Publicado

2024-11-25

Número

Sección

Dossiê: Transformações e vanguardas: 1800 - 1900 - 2000

Cómo citar

da Silva, J. C. B. (2024). O simbolismo brasileiro como ruptura? Cruz e Sousa e a poesia moderna. Aletria: Revista De Estudos De Literatura, 34(4), 51–66. https://doi.org/10.35699/2317-2096.2024.51772