Um crime delicado: conversando aos infinitos: um retrato de cavalo

Autores/as

  • Cid Ottoni Bylaardt Universidade Federal do Ceará

DOI:

https://doi.org/10.17851/2317-2096.20.3.47-57

Palabras clave:

crime, retrato, representação, escritura, indeterminação

Resumen

Um delito foi cometido: Iô Williãozinho ousou bater uma foto do alvinitoso de Bio, sem aviso nem consentimento. Em “Retrato de cavalo”, de Tutaméia, a instigante indeterminação da escritura de Guimarães Rosa estabelece um paralelo entre um cavalo e seu retrato, a partir dos sentimentos contraditórios de seu dono, que considera um crime aquele clique. Temos aí um retrato, imagem subtraída ilicitamente ao seu dono: escrita, representação. Temos também uma narrativa, escrita do retrato, representação da representação. Este artigo pretende mostrar como Guimarães Rosa manipula as ambiguidades da linguagem literária, levando-a além dos limites da representação, explorando seu fascínio, seu saber, que não é da ordem da compreensão. O cavalo e seu retrato fazem refletir sobre a literatura, sobre seu excesso de verdade que compõe sua mentira. Ao escrever o cavalo e seu retrato, o texto não consegue fixar nenhuma verdade, apenas imagens fugidias que compõem recapítulos: há sempre um escrito a se sobrepor a outro, sem determinar onde está o verdadeiro, onde está o que o nega, a remeter o olhar ao reino da fascinação, onde a imagem perde o valor de significação para se tornar pura paixão da indeterminação, da indiferença.

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Citas

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Publicado

2010-12-31

Cómo citar

Bylaardt, C. O. (2010). Um crime delicado: conversando aos infinitos: um retrato de cavalo. Aletria: Revista De Estudos De Literatura, 20(3), 47–57. https://doi.org/10.17851/2317-2096.20.3.47-57

Número

Sección

Dossiê - Crimes Literários