Terpsícore e o romance moderno: cenas de baile em narrativas francesas do século XIX
DOI:
https://doi.org/10.17851/2317-2096.27.3.41-55Palavras-chave:
cena de baile, romance francês, século XIX, modernidadeResumo
Este trabalho apresenta um estudo do romance moderno francês a partir de um de seus topoi: a cena de baile, que a partir do século XIX passa a aparecer de maneira cada vez mais sistemática, mimetizando, de certa maneira, a eclosão do baile como fenômeno social burguês, classe que se apropria de um imaginário idealizado da antiga classe dominante, a nobreza. Essa mudança no campo literário acompanha a evolução dos costumes pela qual passa a sociedade a partir da Revolução Francesa, quando uma nova mentalidade começa a se formar, e as noções de indivíduo e de isolamento são colocadas em evidência. Através da leitura de três cenas de baile, apresentam-se alguns aspectos das tensões e conflitos que marcam o indivíduo e sua relação com o mundo moderno. Como orientação teórica, destacam-se os estudos sobre o romance de Watt e sobre a representação da realidade, de Auerbach.
Referências
AGUIAR, Joaquim Alves de. O banquete e o prato do dia em Madame Bovary. In: FONSECA, Maria Augusta (Org.). Olhares sobre o romance. São Paulo: Nankin Editorial, 2005. p. 15-34.
AUERBACH, Erich. Mimesis: a representação da realidade na literatura ocidental. São Paulo: Perspectiva, 2015.
BALZAC, Honoré de. A comédia humana: estudos de costumes / cenas da vida privada. Orientação, introduções e notas de Paulo Rónai. Tradução de Vidal de Oliveira. 3. ed. São Paulo: Globo, 2012. v. 1.
ELIAS, Norbert. O processo civilizador: uma história dos costumes. Tradução de Ruy Jungmann. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1994. v. 1.
ESQUÍVEL, Patrícia. L’Autonomie de l’art en question: l’art en tant qu’Art. Paris: L’Harmattan, 2008.
FLAUBERT, Gustave. Madame Bovary: costumes de província. Tradução, apresentação e notas de Fúlvia M. L. Moretto. São Paulo: Nova Alexandria, 2001.
HESS, Remi. La Valse: révolution du couple en Europe. Paris: A. M. Métailié, 1989.
MOAL, Philippe Le (Org). Dictionnaire de la danse. Paris: Larousse, 2008.
MONTANDON, Alain (Org.). Paris au bal: treize physiologies sur la danse. Paris: H. Champion, 2000.
STENDHAL. O vermelho e o negro. Tradução de Raquel Prado. São Paulo: Cosac Naify, 2003.
THOREL-CAILLETEAU, Sylvie. Bals romantiques. In: MONTANDON, Alain. Écrire la danse. Clermont-Ferrand: Presses Universitaires Blaise Pascal, 1999. p. 235-248.
WATT, Ian. Mitos do individualismo moderno: Fausto, Dom Quixote, Dom Juan, Robinson Crusoe. Tradução de Mario Pontes. Rio de Janeiro: Jorge Zaha, 1997.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2017 Claudia Helena Daher (Autor)
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by/4.0/88x31.png)
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja The Effect of Open Access).