A representação do negro em sociedades escravocratas das Américas: história, literatura e artes visuais

Autores/as

  • Solange Ribeiro de Oliveira Universidade Federal de Minas Gerais

DOI:

https://doi.org/10.17851/2317-2096.28.4.47-63

Palabras clave:

representação do negro, sociedades escravocratas, fotografia

Resumen

Apoiado no testemunho de artistas e historiadores, o artigo argumenta que o objeto artístico pode atuar tanto para reforçar quanto para contestar tradições incrustadas na memória coletiva das nações. Nesse sentido, analisa o papel da arte visual como tão importante quanto o de documentos escritos da história e da literatura. A título de exemplo, focalizam-se diferentes formas de representação do negro em sociedades escravocratas, começando com a pintura oitocentista de Jean-Baptiste Debret. Segue-se a análise da função da fotografia, que, inventada no mesmo século, mostrou-se igualmente enredada nos fatos sociais. Nas artes contemporâneas, o trabalho destaca a atuação contestadora de Fred Wilson, artista e historiador norte-americano, de Adriana Varejão e dos poetas Márcio Barbosa e Oliveira Silveira.

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Biografía del autor/a

Solange Ribeiro de Oliveira, Universidade Federal de Minas Gerais

Professora voluntária da Faculdade de Letras da UFMG. Professora aposentada do Instituto de Ciências Humanas e Sociais da UFOP. Doutora pela UFMG. Professora associada da Universidade de Londres.

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Publicado

2018-12-28

Cómo citar

Oliveira, S. R. de. (2018). A representação do negro em sociedades escravocratas das Américas: história, literatura e artes visuais. Aletria: Revista De Estudos De Literatura, 28(4), 47–63. https://doi.org/10.17851/2317-2096.28.4.47-63

Número

Sección

Dossiê – A Cultura Negra na Literatura e nas Artes