Insubmissas lágrimas de mulheres
oralidade, resistência feminina e ancestralidade na escrevivência de Conceição Evaristo
Palabras clave:
Conceição Evaristo, Insubmissas lágrimas de mulheres, oralidade, ancestralidadeResumen
Este trabalho objetiva uma análise crítica da obra Insubmissas lágrimas de mulheres (2020), da escritora Conceição Evaristo, evidenciando a pujança da ancestralidade expressa nos contos eleitos como corpus do artigo. Analisamos as histórias das personagens Maria do Rosário Imaculada dos Santos, Isaltina Campo Belo, Rose Dusreis e Regina Anastácia, salientando aspectos intrínsecos à oralidade como recurso da ancestralidade, à resistência feminina e à escrevivência de Evaristo. Para tanto, tomamos como pressupostos críticos e teóricos os estudos de Hampâté Bâ (2010), Walter Benjamin (1994), Cunha Junior (2010) e Oliveira (2014). A análise empreendida permite concluir que, a partir das experiências narradas pelas personagens, a obra evaristiana remete à condição sócio-histórica da mulher negra na sociedade brasileira, confirmando a literatura como espaço de resistência em que se denunciam realidades de opressão ao feminino.
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Citas
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