Avatarização da vida, biografia, impurezas e metaverso
Palabras clave:
Arte e vida, Crítica biográfica, Espetáculo, Vida impura, Avatar, Metaverse, metaverso, art and life, Biographical criticism, Spectacle, impure lifeResumen
Resumo: Este texto tem como objetivo mostrar como alguns métodos e caracterizações dos objetos da crítica biográfica podem ter seus contextos extrapolados ao considerar os acontecimentos que permitiram a configuração atual da sociedade. A partir de Eneida Maria de Souza, pesquisadora e professora da Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais, realizo a discussão proposta dialogando com ensaios de dois de seus livros Janelas indiscretas (2011) e Narrativas impuras (2021). Deste último, tomo de empréstimo e expando a noção de “impuro” tratando não apenas da escrita da vida, mas da própria vida que se torna imagem. Para isso, abordo o pensamento de autores como Guy Debord e Giorgio Agamben e suas noções de espectador e espectro atreladas a como enxergam a vida.
Palavras-chave: arte e vida; crítica biográfica; espetáculo; vida impura; avatar; metaverso.
Abstract: This text aims to show how some methods and characterizations of the objects of biographical criticism can have their contexts extrapolated when considering the events that allowed the current configuration of society. Based on Eneida Maria de Souza, researcher and professor at the Faculty of Linguistics and Literature of the Federal University of Minas Gerais, I discuss the proposed dialog with essays from two of her books Janelas indiscretas (2011) and Narrativas impuras (2021). From the latter, I borrow and expand the notion of “impure”, dealing not only with the writing of life but with life itself, which becomes an image. For this, I approach the works of authors such as Guy Debord and Giorgio Agamben and their notions of spectator and spectrum linked to how they see life.
Keywords: Art and life; Biographical criticism; Spectacle; Impure life; Avatar; Metaverse.
Descargas
Citas
AGAMBEN, Giorgio. O que é um dispositivo? In: AGAMBEN, Giorgio. O que é o contemporâneo? e outros ensaios. Tradução Vinícios Nicastro Honesko. Chapecó: Argos, 2009. p. 25-51.
AGAMBEN, Giorgio. O uso dos corpos. Tradução de Selvino J. Assmann. São Paulo: Boitempo, 2017. Homo Sacer, IV, 2.
AQUINO, João Emiliano Fortaleza de. Walter Benjamin, Guy Debord e o esquecimento do passado mais recente. In: CARRIERI, Alexandre de Pádua; GOBIRA, Pablo; FABRI, Bruno. (Org.). Lado B[enjamin]. Belo Horizonte: Crisálida, 2011. p. 21-34.
BARBROOK, Richard; CAMERON, Andy. A ideologia californiana: uma crítica ao livre mercado nascido no Vale do Silício. Tradução de Marcelo Träsel. União da Vitória: Monstro dos Mares; Porto Alegre: BaixaCultura, 2018. Disponível em: <https://baixacultura.org/loja/aideologia-californiana/>. Acesso em: 10 dez. 2021.
BENJAMIN, Walter. A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica. In: BENJAMIN, Walter. Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. 3 ed. São Paulo: Brasiliense, 1987. p. 165-196.
BLAKE, Martha; HENNING, Pamela Buckle. Unconscious Regulatory Processes in the Organizational Psyche. Psychological Perspectives, v. 54, n. 1, p. 34-53, 2011.
COCCIA, Emanuele. A vida sensível. Tradução de Diego Cervelin. Desterro [Florianópolis]: Cultura e Barbárie, 2010.
CORLETT, John; PEARSON, Carol. Mapping the Organizational Psyche: a Jungian Theory of Organizational Dynamics and Change. Gainesville: Center for Applications of Psychological Type, 2003.
CRAMER, Florian. What is ‘post-digital’? A Peer Reviewed Journal About, v. 3, n. 1, p. 10-24, 2014. Disponível em: <https://aprja.net//issue/view/8400>. Acesso em: 10 fev. 2022.
DEBORD, Guy. A sociedade do espetáculo: comentários sobre a sociedade do espetáculo. Tradução de Estela dos Santos Abreu. Rio de Janeiro: Contraponto, 1997.
DEBORD, Guy. Panegírico. Tradução de Edison Cardoni. São Paulo: Conrad Editora do Brasil, 2002.
GOBIRA, Pablo. A crítica biográfica. Jornal O Cometa Itabirano, Belo Horizonte, Edição 347, 15 nov. 2011.
GOBIRA, Pablo. Em busca da imortalidade: a tecnologia digital a serviço da crítica biográfica e do controle da memória. In: 4º Congresso Internacional de Letras, Artes e Cultura, 2013, São João del Rei. Anais [...] São João del Rei: UFSJ, 2013.
GOBIRA, Pablo. Entrevista com Eneida Maria de Souza (Tempo, espaço e memória: literatura e Belo Horizonte). Revista Eletrônica Café com Bytes, Belo Horizonte, ano 1, n. VI (online), n. 1 (offline), p. 48-58, 01 dez. 2004a.
GOBIRA, Pablo. Guy Debord, jogo e estratégia: uma teoria crítica da vida. 2012. Tese (Doutorado em Letras) – Faculdade de Letras, Universidade Federal de Minas, Belo Horizonte, 2012.
GOBIRA, Pablo. Museus e paisagens culturais pós-digitais. In: GOBIRA, Pablo (Org.). Percursos contemporâneos: realidades da arte, ciência e tecnologia. Belo Horizonte: EdUEMG, 2018. p. 83-98. Disponível em: <https://drive.google.com/file/d/1Ta0Y18mQKSdu8IhdjaF0XpY2PKocXgtZ/view>. Acesso em: 20 out. 2021.
GOBIRA, Pablo. Os desafios da crítica biográfica na sociedade espetacular: a tecnologia digital, a biografia perpétua e o controle da memória. In: AGUIAR, Ana Lígia Leite e; SERAFIM, José Francisco; LIMA, Rachel Esteves; COELHO, Sandra Straccialano. (Org.) O espaço biográfico: perspectivas interdisciplinares.1. ed. Salvador: EDUFBA, 2016, p. 8-16. Disponível em: < https://repositorio.ufba.br/handle/ri/20879 >. Acesso em: 20 out. 2021.
GOBIRA, Pablo. Os usos da utopia: um ensaio sobre a liberação do “impossível” no pós-digital. In: RIBEIRO, Mônica Medeiros; MENCARELLI, Fernando (Org.). Mundos possíveis: culturas em pensamento. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2022, p. 179-192.
GOBIRA, Pablo. Pedro Nava e as expressões do inacabado: um desenho do livro. Ipotesi, UFJF, v. 8, p. 203-206, 2004b. Impresso.
GOBIRA, Pablo; SILVA, Adeílson William da; ALMEIDA, Karla Danitza. Para suavizar a cidade hostil: arte e políticas públicas no meio urbano. In: VII Seminário Internacional Políticas Culturais, 7, 2016, Rio de Janeiro. Anais [...] Rio de Janeiro: Casa de Rui Barbosa, 2016. v. 1. p. 1-16. Disponível em: <https://drive.google.com/file/d/1y2dGIbOjV6Z3QDvR22xjMutkCXK5DakM/view>. Acesso em: 20 out. 2021.
HAN, Byung-Chul. Sociedade do cansaço. Tradução de Enio Paulo Giachini. Petrópolis: Vozes, 2015.
JONES, David; SNIDER, Chris; NASSEHI, Aydin; YON, Jason; HICKS, Ben. Characterising the Digital Twin: a Systematic Literature Review. CIRP Journal of Manufacturing Science and Technology, v. 29, part A, p. 36-52, maio 2020. DOI: <https://doi.org/10.1016/j.cirpj.2020.02.002>. Disponível em: <https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1755581720300110>. Acesso em: 15 jan. 2022.
MARX, Karl. O capital: crítica da economia política. Livro I: O processo de produção do capital. Tradução de Rubens Enderle. São Paulo: Boitempo, 2013.
MATURANA, Humberto. Cognição, ciência e vida cotidiana. Organização e tradução de Cristina Magro e Victor Paredes. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2001.
PARIKKA, Jussi. A máquina viral universal: Bits, parasitas e ecologia da mídia. In: BARRETO, Ricardo; PERISSINOTTO, Paula (Org.). Festival internacional de linguagem eletrônica. Tradução de Luiz Roberto M. Gonçalves. São Paulo: FILE, 2006. p. 13-39.
PARIKKA, Jussi. Digital Contagions: a media archaeology of computer viruses. New York: Peter Lang Publishing, 2016.
RIBEIRO, Darcy. O povo brasileiro: a formação e o sentido do Brasil. 2. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
RITTER, Miguel. Cultura organizacional: gestión y comunicación. Buenos Aires: La Crujía, 2008.
SALAMA, Alzira. O uso da biografia de uma organização como método de pesquisa para a investigação do desenvolvimento organizacional. Revista de Administração Pública, v. 28, n. 1, p. 34-42, 1994. Disponível em: <https://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/rap/article/view/8503>. Acesso em: 10 fev. 2022.
SANTAELLA, Lucia. Pós-digital: por quê? A cultura digital na berlinda. In: SANTAELLA, Lucia. Temas e dilemas do pós-digital: a voz da política. São Paulo: Paulus, 2016. p. 79-94.
SOUZA, Eneida Maria de. Cenas de uma morte plagiária. In: SOUZA, Eneida Maria de; LaGUARDIA, Adelaine; MARTINS, Anderson Bastos (Org.). Figurações do íntimo: ensaios. Belo Horizonte: Autêntica, 2013. p. 55-63.
SOUZA, Eneida Maria de. A crítica biográfica. In: SOUZA, Eneida Maria de. Janelas indiscretas: ensaios de crítica biográfica. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2011a. p. 17-25.
SOUZA, Eneida Maria de. A biografia: um bem de arquivo. In: SOUZA, Eneida Maria de. Janelas indiscretas: ensaios de crítica biográfica. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2011b. p. 39-51.
SOUZA, Eneida Maria de. Biografar é metaforizar o real. In: SOUZA, Eneida Maria de. Janelas indiscretas: ensaios de crítica biográfica. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2011c. p. 53-62.
SOUZA, Eneida Maria de. A traição autobiográfica. In: SOUZA, Eneida Maria de. Janelas indiscretas: ensaios de crítica biográfica. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2011d. p. 69-76.
SOUZA, Eneida Maria de. Narrativas impuras. Recife: Cepe, 2021.
SOUZA, Eneida Maria de. Pedro Nava: o risco da memória. Juiz de Fora: FUNALFA Edições, 2004.
SOUZA, Eneida Maria de. Tempo de pós-crítica. São Paulo: Linear B; Belo Horizonte: Veredas & Cenários, 2007.
SOUZA, Eneida Maria de. Tempo de pós-crítica: ensaios. 2. ed. Belo Horizonte: Veredas & Cenários, 2012. (Coleção Obras em Dobras).
WOODCOCK, Jamie. Marx no fliperama: videogames e luta de classes. Tradução Guilherme Cianfarani. São Paulo: Autonomia Literária, 2020.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2022 Pablo Gobira (Autor)
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución 4.0.
Authors who publish with this journal agree to the following terms:Authors retain copyright and grant the journal right of first publication with the work simultaneously licensed under a Creative Commons Attribution Non-Commercial No Derivatives License that allows others to share the work with an acknowledgement of the work's authorship and initial publication in this journal.Authors are able to enter into separate, additional contractual arrangements for the non-exclusive distribution of the journal's published version of the work (e.g., post it to an institutional repository or publish it in a book), with an acknowledgement of its initial publication in this journal.Authors are permitted and encouraged to post their work online (e.g., in institutional repositories or on their website) prior to and during the submission process, as it can lead to productive exchanges, as well as earlier and greater citation of published work (See The Effect of Open Access).