“Escrever é sangrar”: reflexões sobre ancestralidade, racismo e dor em Olhos d’água de Conceição Evaristo

Autores

  • Natalino da Silva de Oliveira Instituto Federal do Sudeste de Minas Gerais

DOI:

https://doi.org/10.17851/2317-2096.29.1.179-195

Palavras-chave:

negro, memória, identidade, nacionalidade, Conceição Evaristo, Olhos d’água

Resumo

O objetivo deste artigo é analisar o conto Olhos d’água, de Conceição Evaristo, abordando questões de identidade, ancestralidade e racismo e suas relações com a situação do negro no Brasil. Além disso, visa demonstrar como se dá na narrativa citada a reflexão sobre a nacionalidade incompleta do negro brasileiro, partindo das noções de história e ideologia do progresso em Benjamin, de branqueamento e racismo em Fanon e de Estado de exceção em Agamben. Por meio da abordagem conjunta entre textos teóricos e texto literário, almeja-se seguir os rastros de uma formação de identidade, ainda que reconstruída e fragmentada. Afinal, seria possível construir a memória a partir de cacos, de escombros e a partir dela fortalecer valores identitários?

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Biografia do Autor

Natalino da Silva de Oliveira, Instituto Federal do Sudeste de Minas Gerais

Doutor em Literatura Comparada pela UFMG. Doutor em Literaturas de Língua Portuguesa pela PUC Minas. Mestre em Teoria da Literatura pela UFMG. Professor do IF Sudeste MG. Professor do Mestrado Profissional em Educação Profissional e Tecnológica.

Referências

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Publicado

2019-03-29

Como Citar

Oliveira, N. da S. de. (2019). “Escrever é sangrar”: reflexões sobre ancestralidade, racismo e dor em Olhos d’água de Conceição Evaristo. Aletria: Revista De Estudos De Literatura, 29(1), 179–195. https://doi.org/10.17851/2317-2096.29.1.179-195