Julio Bressane, Peter Greenaway e Haroldo de Campos
DOI:
https://doi.org/10.17851/2317-2096.8..53-59Palavras-chave:
St. Jerome, creative translation, poetry, contemporary cinema.Resumo
Resumo: São Jerônimo teve que reinventar o latim para traduzir a Bíblia diretamente da língua hebraica, causando efeitos de estranhamento em seus contemporâneos e inaugurando uma nova concepção da arte de traduzir. No cinema contemporâneo, pelo menos dois cineastas trouxeram à tela a figura do santo tradutor: Julio Bressane, em São Jerônimo, e Peter Greenaway, em O livro de cabeceira. No caso deste, a evocação de Jerônimo entrelaça-se obliquamente, através do protagonista Jerome, à de um tradutor importante para a poesia de língua inglesa do século XX: Arthur Waley, o primeiro a traduzir para o inglês o clássico japonês O livro de cabeceira, de Sei Shonagon. No Brasil, Haroldo de Campos marca a confluência dessas duas vertentes: a da tradução criativa da poesia oriental e a da reescrita – na trilha aberta por São Jerônimo – de fragmentos da Bíblia a partir do original hebraico.
Palavras-chave: São Jerônimo; tradução criativa; cinema contemporâneo.
Abstract: St. Jerome had to re-invent Latin in order to translate the Bible directly from Hebrew. In doing so, he created a new conception of the art of translation. In the contemporary cinema, at least two filmmakers brought to the screen the figure of the saint-translator: Julio Bressane, in São Jerônimo, and Peter Greenaway, in The pillow book. In the case of the latter, the evocation of St. Jerome is obliquely interwoven, through the protagonist Jerome, with a prominent British translator, Arthur Waley, who was the first to translate into English the Japanese classic The pillow book by Sei Shonagon. In Brazil, Haroldo de Campos represents the convergence of these two approaches to translation: the “transcreation” of Oriental poetry and the re-writing of the Bible from the Hebrew, as St. Jerome did.
Keywords: St. Jerome; creative translation; poetry; contemporary cinema.
Downloads
Referências
ARNS, Paulo Evaristo. A técnica do livro segundo São Jerônimo. Rio de Janeiro: Imago, 1993.
BRESSANE, Julio. Cinemancia. Rio de Janeiro: Imago, 2000.
CAMPOS, Haroldo de. Transluciferação mefistofáustica. In: Deus e o diabo no Fausto de Goethe. São Paulo: Perspectiva, 1981.
CAMPOS, Haroldo de. Bere’shith – A cena da origem. São Paulo: Perspectiva, 1993.
CAMPOS, Haroldo de. Qohélet / O-que-sabe. São Paulo: Perspectiva, 1990.
GREENAWAY, Peter. The pillow book. Paris: Disvoir, 1996.
GREENAWAY, Peter; CIMENT, Michel. Une femme émancipée comme beaucoup de mes héroïnes – entretien. Positif, Paris, n. 431, p.80-85, jan. 1997.
HOPPE, J. Leslie. St Jerome: the perils of a Bible translator. St Anthony Messanger — virtual. Disponível em: http://www.americancatholic.org/Messenger/Sep1997/feature2.asp.
LARBAUD, Valéry. Sob a invocação de São Jerônimo. Trad. Joana Angélica. São Paulo: Mandarim, 2001.
PAZ, Octavio. Al paso. México: Seix Barral, 1992.
PAZ, Octavio. Sor Juana Inés de la Cruz o las trampas de la fe. México: Fondo de Cultura Económica, 1985.
ST JEROME. Letters. Christian Classics Ethereal Library — electronic version, 1996. Disponível em: http://www.newadvent.org/fathers/3001.htm.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2001 Maria Esther Maciel (Autor)
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja The Effect of Open Access).