A rebelião dos animais: zoopolíticas sul-americanas
DOI:
https://doi.org/10.17851/2317-2096.21.3.165-177Palavras-chave:
máquina zoopolítica, espécies, narrativa latino-americana, questão animalResumo
O presente artigo propõe interrogar alguns textos de ficção narrativa do Cone Sul que fazem da “guerra entre espécies” o motivo principal de sua narração. Trata-se de textos nos quais a “questão animal” proporciona um terreno-chave para narrar e imaginar a construção de uma ordem soberana e para inscrever suas resistências; textos, em outras palavras, que tematizam e narram a produção violenta e normativa de distinções entre humanidade e animalidade como fundamento sobre o que afirma a ordem soberana dos Estados-nação modernos. O Estado-Nação emerge aí como uma “máquina zoopolítica” que produz sistematicamente modos de distribuição e diferenciação entre humano e animal. Ao fazê- lo, esses textos permitem interrogar os aspectos nevrálgicos da(s) modernidade(s) latino -americana(s), bem como os projetos civilizatórios e pós-coloniais o tempo todo assediados e desconstruídos pela sua relação com “o animal”.
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