O mal na literatura medieval: o exemplo do estudante incontinente
DOI:
https://doi.org/10.17851/2317-2096.27.1.73-89Palavras-chave:
François Villon, literatura medieval, representação do malResumo
Este artigo discute a representação do mal na literatura medieval a partir do exemplo do estudante incontinente, em particular, da personagem do célebre malfeitor François Villon. Para isso, procuramos decifrar a enigmática conclusão do seu primeiro poema longo, o Lais, cuja descrição metalinguística da perda de consciência pelo louco amante oferece uma explicação escolástica para a sua perturbação mental. Essa explicação permite a Villon justificar a fuga de Paris por meio da sua incontinência que, como sempre acontece na lírica cortês da época, é amorosa e moral ao mesmo tempo.
Downloads
Referências
AQUINO, Tomás de, Santo. Comentario a la Ética a Nicómaco de Aristóteles. Navarra: Ediciones Universidad de Navarra, 2010.
ARISTÓTELES. Acerca del alma. Madrid: Gredos, 1978.
ARISTÓTELES. Ética nicomáquea; ética eudemia. Madrid: Gredos, 1985.
BURGER, André. L’entreoubli de Villon. Romania, Paris, v. 79, n. 316, p. 485-495, 1958.
CHAPELÃO, André. Tratado do amor cortês. São Paulo: Martins Fontes, 2000.
CHARTIER, Alain; HERENC, Baudet; CAULIER, Achille. Le cycle de La belle dame sans mercy: une anthologie poétique du XVe siècle. Paris: Champion, 2003.
CHASTELLAIN, Georges. Œuvres. Bruxelles: Heussner, 1865.
CORBECHON, Jean. Le livre des propriétés des choses. Paris: Stock, 1997.
COSTA, Daniel Padilha Pacheco da. François Villon, um poeta maldito avant la lettre? A Balada dos enforcados como um modelo poético de Rimbaud, Pound e Augusto de Campos. Estação Literária, Londrina, v. 12, p. 70-85, 2014.
COSTA, Daniel Padilha Pacheco da. O amor cortês pelo avesso: François Villon e o debate sobre o Roman de la rose. Caligrama: Revista de Estudos Românicos, Belo Horizonte, v. 19, n. 1, p. 81-103, 2014. https://doi.org/10.17851/2238-3824.19.1.81-103
DRAGONETTI, R. Le contredit de François Villon. MLN, Baltimore, v. 98, n. 4, p. 594-623, 1983. https://doi.org/10.2307/2905896
DRAGONETTI, Roger. La soif de François Villon. In: DERENS, Jean; FREEMAN, Michael; DUFOURNET, Jean. Villon: hier et aujourd’hui. Paris: La Bibliothèque de la Ville de Paris, 1993. p. 123-136.
GARLANDE, Jean. Parisiana poetria: De arte prosayca, metrica et rithmica. New Haven: Yale University Press, 1974.
GROSSETESTE, Robert. The Greek Commentaries of the Nicomachean Ethics of Aristotle in the Latin Translation of Robert Grosseteste. Leiden: Brill, 1973-1991. 4 v.
KOROLEC, Jerzy. Le commentaire d’Averroès sur l’Éthique à Nicomaque. Bulletin de Philosophe Médiévale, Brepols Pubishers, v. 27, p. 104-107, 1985.
KUHN, David. La poetique de François Villon. Paris: Librairie Armand Colin, 1967.
LACY, Norris. In defense of Villon’s Lais. The French Review, Marion, v. 72, n. 6, p. 1000-1009, 1999.
LONGNON, Auguste. Étude biographique sur François Villon d’après les documents inédits conservés aux Archives Nationales. Paris: Menu, 1877.
PAUL, Jacques. L’Histoire intellectuelle de l’Occident médiévale. Paris: Armand Colin, 1973.
PORTALO, Rocío Orsi. El saber del error: filosofía y tragedia en Sófocles. Madrid: Plaza y Valdés, 2007.
SPINA, Segismundo. A lírica trovadoresca. 4. ed. São Paulo: Edusp, 1991.
VERLAINE, Paul. Les poètes maudits: Tristan Corbière, Arthur Rimbaud, Stéphane Mallarmé. Paris: Léon Vanier, 1884.
VILLON, François. Œuvres complètes. Paris: Gallimard, 2014.
VILLON, François. Poesia. Org., trad. Sebastião Uchoa Leite. 2. ed. São Paulo: Edusp, 2000.
ZUMTHOR, Paul. Anthologie des grands rhétoriquers. Paris: UGE, 1978.
Downloads
Arquivos adicionais
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2017 Daniel Padilha Pacheco da Costa (Autor)
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by/4.0/88x31.png)
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja The Effect of Open Access).