Literatura e pintura abstrata: Água viva de Clarice Lispector

Autores

  • Solange Ribeiro de Oliveira Universidade de Londres/Universidade Federal de Minas Gerais

DOI:

https://doi.org/10.17851/2317-2096.27.2.261-276

Palavras-chave:

Clarice Lispector, literatura, pintura abstrata, Água viva

Resumo

O ensaio discute as relações intermidiáticas entre a arte e Água viva, de Clarice Lispector, concluindo pela análise do romance como uma versão literária da pintura abstrata. Descartando referências à realidade ficcional, Água viva elimina quase totalmente narrador, enredo e personagens. Entretanto, preserva resquícios desses elementos do romance tradicional, sinalizando a opção pela abstração a partir da figuração, com remanescentes de formas reconhecíveis de objetos e seres vivos ou imaginários, como em certos quadros de Wassily Kandinsky e de Manabu Mabe. Entretanto, tal como a pintura abstrata, o romance não prescinde de uma organização formal, constituída pelo emprego de imagens recorrentes, sobretudo associadas a elementos aquáticos e a construções sinestésicas. No conjunto, essas estratégias convergem para a retomada da temática existencial constante na obra de Clarice: a busca do it, do neutro, da coisa em si, embuçada sob o véu das aparências.

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Biografia do Autor

Solange Ribeiro de Oliveira, Universidade de Londres/Universidade Federal de Minas Gerais

Professora voluntária da Faculdade de Letras da UFMG. Professora aposentada do Instituto de Ciências Humanas e Sociais da UFOP. Professora associada da Universidade de Londres.

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Publicado

2017-10-02

Como Citar

Oliveira, S. R. de. (2017). Literatura e pintura abstrata: Água viva de Clarice Lispector. Aletria: Revista De Estudos De Literatura, 27(2), 261–276. https://doi.org/10.17851/2317-2096.27.2.261-276

Edição

Seção

Dossiê – Literatura e Arte: as Fronteiras em Discussão