Políticas da morte na ficção de José do Patrocínio
DOI:
https://doi.org/10.17851/2317-2096.28.3.183-199Palavras-chave:
José do Patrocínio, negritude, escravidão, pena de morte, crime de ódioResumo
Em 1877, o escritor e jornalista José do Patrocínio publicou Motta Coqueiro ou A pena de morte, ficção-libelo contra a pena de morte. Ficcionalizando os fatos em torno da história d’“A fera de Macabu”, Patrocínio produziu uma narrativa considerada protonaturalista, pela expressão, e ideologicamente comprometida com as teorias raciais da época. Contudo, propõe-se aqui uma leitura alternativa, que deve deixar assinalado que, apesar do uso de modos e formas de expressão e pensamento do final do século XIX brasileiro, o livro de Patrocínio parece realizar um mapa dos afetos na sociedade oitocentista brasileira. Sendo assim, Motta Coqueiro exemplificaria caminhos de uma ficção afro-brasileira que expressa, além das contradições de uma sociedade estruturalmente escravocrata, a produção do ódio que condena a todos.
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