Caetano Veloso e a viravolta da cultura: dispositivos de leitura de Silviano Santiago
DOI:
https://doi.org/10.17851/2317-2096.30.1.173-187Palavras-chave:
Caetano Veloso, entre-lugar, antropofagia, tropicalismo, indústria culturalResumo
Pretendo analisar, neste artigo, o dispositivo de leitura engendrado por Silviano Santiago em sua investigação da viravolta cultural que reposiciona os estudos literários e as relações entre arte e política no final da década de 1970 no Brasil. Tomo como corpus três ensaios de Santiago, elaborados em diferentes momentos de sua trajetória intelectual, a partir dos quais busco identificar procedimentos críticos comuns que caracterizam um modo singular de aproximação do objeto, a um só tempo difuso e agudo, cuja recorrência revela uma obsessão do crítico pelas inflexões e pelos descentramentos na ordem da cultura. A ênfase recai na figura de Caetano Veloso e de sua atitude antropofágica cujo trabalho, em confluência com o de Santiago, conjuga elementos de diferentes registros culturais, de modo a revelar as ambiguidades e os paradoxos instituídos entre o campo estético e o político, entre a arte e a cultura, no processo de modernização conservadora da sociedade brasileira.
Downloads
Referências
AGAMBEN, Giorgio. O que é o contemporâneo? e outros ensaios. Chapecó: Argos, 2009.
CAMPOS, Haroldo de. Da razão antropofágica: diálogo e diferença na cultura brasileira. In: Metalinguagem e outras metas. São Paulo: Perspectiva, 2006. p. 231-256.
COELHO, Frederico (org.). Silviano Santiago. Rio de Janeiro: Beco do Azougue, 2001. (Coleção Encontros).
CUNHA, Eneida Leal (org.). Leituras crítica de Silviano Santiago. Belo Horizonte/São Paulo: Editora UFMG: Fundação Perseu Abramo, 2008.
DELEUZE, Gilles. Diferencia y repetición. Buenos Aires: Amorrortu, 2002.
PAULO, Eloésio. Dez pecados de Paulo Coelho. Sabará: Dubolso Digital, 2014.
SANTIAGO, Silviano. Democratização no Brasil 1979-1981 (cultura versus arte). In: ANTELO, Raul (org.). Declínio da arte, ascensão da cultura. Florianópolis: Abralic, 1998. p. 11-24.
SANTIAGO, Silviano. A moda como metáfora contemporâneo. In: BOTELHO, André; STARLING, Heloísa. República e democracia: impasses do Brasil contemporâneo. Belo Horizonte, Ed. UFMG, 2017. p. 225-246
SANTIAGO, Silviano. O começo do fim. Gragoatá, Niterói, n. 24, p. 13-30, 1. sem. 2008.
SANTIAGO, Silviano. O cosmopolitismo do pobre. In: ______. O cosmopolitismo do pobre. crítica literária e crítica cultural. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2004. p. 45-73.
SANTIAGO, Silviano. Ora (direis) puxar conversa!. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2006. p. 209-214.
SANTIAGO, Silviano. Para além da história social. In: ______. Nas malhas da letra. Rio de Janeiro: Rocco, 2002. p. 251-271.
SANTIAGO, Silviano. Uma literatura nos trópicos. Rio de Janeiro: Rocco, 2000.
SCARLLET, Marton. Nietzsche: das forças cósmicas aos valores humanos. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2010.
SCHWARZ, Roberto. Verdade tropical: um percurso de nosso tempo. In: ______. Martinha versus Lucrécia. São Paulo: Companhia das Letras, 2012. p. 155-356.
VELOSO, Caetano. Verdade tropical. São Paulo: Companhia das Letras, 1999.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2020 Roberto Alexandre do Carmo Said (Autor)
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja The Effect of Open Access).