Por bares, museus e cemitérios
heterotopias da resistência em Bacurau
DOI:
https://doi.org/10.35699/2317-2096.2021.33561Palavras-chave:
Bacurau, Espaço Narrativo, Esfera Pública, Precariedade, Aliança, HeterotopiaResumo
O objetivo deste artigo é situar o filme Bacurau em uma estética, em constante delineamento no cinema brasileiro contemporâneo, de representação de territórios periféricos nos quais o espaço consiste em uma heterotopia condicionante da viabilidade das personagens, cuja precariedade compartilhada propicia sua aliança na esfera pública. Abordam-se também duas questões: primeiramente, a coextensão entre as esferas privada e pública na formação de um espaço convergente do aparecimento e da luta; em seguida, a relação entre critérios sociais, econômicos e de identidade de gênero na aliança entre personagens diferentemente precárias. Conceitos como viabilidade, espaço convergente, precariedade e aparecimento, de Judith Butler (2018), e heterotopia, de Michel Foucault (2013), fundamentam as análises.
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Referências
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