Identificação de indivíduos por meio das marcas de mordida em alimentos utilizando a engenharia reversa e a prototipagem rápida: caso simulado
Resumo
Objetivo: Este trabalho objetivou avaliar a viabilidade do uso da engenharia reversa e da prototipagem rápida para auxiliar na identificação de indivíduos através da marca de mordida em alimentos (chocolate e fatia de bolo). Materiais e Métodos: A amostra foi composta por oito voluntários. Por meio de sorteio, três voluntários foram definidos para serem os suspeitos. Posteriores sorteios foram feitos para que a mordida fosse realizada nos respectivos alimentos. Depois de definida a amostra os modelos dos suspeitos e os alimentos mordidos foram digitalizados utilizando o software Measuring System ATOS I - Industrial 3D Digitizer v6.1. Viewer-8 and TRITOP of GOM Inspect v1.2.1 (Germany). Gerado o arquivo das imagens, estas foram
comparadas através da análise tridimensional. A partir do modelo virtual dos alimentos mordidos estes dados foram enviados para uma impressora de prototipagem rápida onde foi confeccionado o protótipo dos alimentos
mordidos. Posteriormente, foi feita a comparação direta do protótipo do alimento com o modelo de gesso dos suspeitos. Através da engenharia reversa e da prototipagem rápida foi possível identificar com precisão
o autor da mordida no alimento chocolate. Entretanto, o alimento fatia de bolo apresentou dificuldade para a correta identificação do suspeito. Resultados: Os resultados obtidos permitiram concluir que a textura do
alimento bolo, bem como, sua fragilidade e consistência podem influenciar na obtenção das imagens 3D e consequente construção do protótipo. Conclusão: Novos estudos com outros tipos de alimentos necessitam ser
realizados para verificar a aplicabilidade da prototipagem rápida, devido ao seu grande poder de confronto e, principalmente, pela capacidade de transformar uma evidência perecível em uma prova manipulável e perene.
Descritores: Força de mordida. Odontologia legal.
Downloads
Referências
2. McKenna CJ, Haron MI, Brown KA, Jones AJ. Bitemarks in chocolate: a case report. J Forensic Odontostomatol. 2000; 18:10-4.
3. Bowers CM. Problem-based analysis of bitemark misidentifications: the role of DNA. J Forensic Int. 2006; 159: S104-9.
4. Caldas JCFG, Pachini RC, Belmonte LN, Spadácio C, Daruge E. Elucidação de um crime através da marca de mordida: relato de um caso. [internet]. [acesso em 2010 set 03]. Disponível
em: http://www.malthus.com.br/artigos. asp?id=62&endpch=Marcas%20de%20mordi.
5. Aboshi H, Taylor JA, Takei T, Brown KA. Comparison of bitemarks in foodstuffs by computer imaging: a case report. J Forensic
Odontostomatol. 1994; 12:41-4.
6. Nambiar P, Carson G, Taylor JA, Brown KA. Identification from a bitemark in a ward of chewing gum. J Forensic Odontostomatol. 2001;
19:5-8.
7. Bernitz H, Kloppers BA. Comparison microscope identification of a cheese bitemark: a case report. J Forensic Odontostomatol. 2002; 20:13-6.
8. Silva M. Perícias odontolegais. In: Figini ARL, Leitão e Silva JR, Jobim LF, Silva M. Identificação humana. 2ª ed. São Paulo: Millenuim; 2003. p.325-416.
9. Sweet D. Human bitemarks: examination, recovery and analysis. In: Bowers CM, Bell GL. Manual of forensic odontology. 3rd ed. Am
Society Forensic Odontol; 1997; 148-69.
10. Nogi FM, Marques JAM, Melani RFH. Análise da utilização do software Adobe Photoshop no estudo e na interpretação de marcas de mordidas. RPG Rev Pos-Grad. 2003; 10:259.
11. Naether S, Buck U, Campana L, Breitbeck R, Thali M. The examination and identification of bite marks in foods using 3D scanning and 3D comparison methods. Int J Legal Med. 2011.
12. Meurer E. Oliveira MG, Meurer MI, SilvaJVL, Santa Bárbara A, Heitz C. Biomodelos de prototipagem rápida em cirurgia e traumatologia bucomaxilofacial. Rev Bras Cir Per. 2007; 1:172-
80.
13. Meurer MI, Meurer E, Silva JVL, Bárbara AS, Nobre LF, Oliveira MG, et al. Aquisição e manipulação de imagens por tomografia
computadorizada da região maxilofacial visando à obtenção de protótipos biomédicos. Radio Bras. 2008; 41:49-54.
14. Foggiatto JA. O uso da prototipagem rápida na área médico-odontológica. [internet]. [acesso em 2010 set 11]. Disponível em: http://www. pessoal.utfpr.edu.br/foggiatto/arquivos/O_Uso_
da_Prototipagem_na_area_medico-odontologica. pdf.
15. Cavagnini G, Sansoni G, Angelo Vertuan A, Docchio F. 3D optical body scanning: application to forensic medicine and to maxillofacial
reconstruction. International Conference on 3D Body Scanning Technologies; 2010; Switzerland. p.167-78.
16. Thali MJ, Braun M, Markwalder TH, Brueschweiler W, Zollinger U, Malik NJ, Yen K, Dirnhofer R. Bite mark documentation
and analysis: the forensic 3D/CAD supported photogrammetry approach. J Forensic Sci. 2003; 135:115-21.
17. Martin-de-las-Heras S, Venezuela A, Ogayar C, Valverde J, Torres JC. Computer-based production of comparison overlays from 3D-scanned dental casts for bite mark analysis. J Forensic Sci. 2005;
50:1-7.
18. Blackwell SA, Taylor RV, Gordon I, Ogleby CL, Tanijiri T, Yoshino M, et al. 3D imaging and quantitative comparison of human dentitions and simulated bite marks. Int J Legal Med. 2007;
121:9-17.
19. Martin-de-las-Heras S, Tafur D. Comparison of simulated human dermal bitemarks possessing three-dimensional attributes to suspected biters using a proprietary three-dimensional comparison.
J Forensic Int. 2009; 190:33-7.
20. Lasser AJ, Warnick AJ, Berman GM. Threedimensional comparative analysis of bitemarks. J Forensic Sci. 2009; 54:658-61.
21. Stols G, Bernitz H. Reconstruction of deformed bite marks using affine transformations. J Forensic Sci. 2010; 55:784-7.
22. Tuceryan M, Li F, Blitzer HL, Parks ET, Platt JA. A framework for estimating probability of a match in forensic bite mark identification. J Forensic Sci. 2011; 56:83-9.
23. Santoro V, Lozito P, De Donno A, Introna F. Experimental study of bite mark injuries by digital analysis. J Forensic Sci. 2011; 56:224-8.
24. Clement JG, Blackwell SA. Is current bite mark analysis a misnomer? J Forensic Int. 2010; 190:33-7.
25. Avon SL, Victor C, Mayhall JT, Wood RE. Error rates in bite mark analysis in an in vivo animal model. J Forensic Int. 2010; 201:45-55.
26. Pretty AI. The barriers to achieving an evidence base for bitemark analysis. J Forensic Int. 2006; 159:S110–20.
27. Pretty IA, Sweet D. A paradigm shift in the nalysis of bitemarks. J Forensic International. 2010; 201:38-44.
28. Silva INL, Beck JCP, Soares BGR, Burnett Jr LH, Beltrão MC. Associação de exame tomográfico e método de engenharia reversa para a confecção de estruturas dentárias e coroas protéticas. Rev
Liberato. 2009; 10:7-13.
29. ABFO. ABFO Bitemarks Guideline. San Antonio: ABFO; 2009.
30. Oliveira DCA, Simões PS, Marques JAM, Galvão LCC, Oliveira RN, Musse JO. Avaliação de marcas de mordidas em alimentos produzidas por próteses dentárias. Arq Odontol. 2010; 46:38-42.