MOBILIDADE PENDULAR E CENTRALIDADE ESPACIAL DA REGIÃO METROPOLITANA DE BELO HORIZONTE
DOI:
https://doi.org/10.29327/249218.9.9-5Palavras-chave:
Mobilidade pendular, Desconcentração espacial, Autonomia municipalResumo
As grandes cidades brasileiras, sobretudo aquelas com rápido crescimento a partir de meados do século passado, vêm apresentando, notadamente nas últimas três décadas, sinais de desconcentração espacial, descentralização econômica e redistribuição da população. Diversos fatores têm favorecido essa tendência, tais como os relacionados aos custos sociais resultantes de processos como deseconomias de aglomeração, além das políticas públicas destinadas a melhorar a distribuição de atividades e oportunidades. A atual organização espacial da Região Metropolitana de Belo Horizonte parece confirmar essas hipóteses. Desde a década de 1970, muitos municípios da periferia, vêm apresentando incrementos populacionais mais expressivos, resultado, em boa medida, do grande volume de emigrantes procedentes do núcleo metropolitano. Essa dispersão espacial da população também teve seus reflexos na distribuição da produção de riquezas na região, o que pode ser demonstrado pela perda de participação relativa do PIB de Belo Horizonte nas últimas décadas. O propósito desse estudo é avaliar o nível de dependência econômica dos municípios periféricos da RMBH em relação ao núcleo metropolitano com base nos deslocamentos espaciais diários da população. Os Censos Demográficos de 1980 e 2000 e as Pesquisas Domiciliares de Origem e Destino (OD’s) de 1992 e 2001 foram as principais fontes de dados dessa pesquisa, a partir das quais foi possível identificar, na maior parte dos municípios periféricos, a redução no volume dos deslocamentos com destino ao núcleo metropolitano. Quando os movimentos têm como motivo o trabalho, conforme informações obtidas a partir dos deslocamentos identificados nas pesquisas OD, essa redução na centralidade metropolitana torna-se ainda mais relevante. Mesmo que Belo Horizonte tenha mantido sua notória centralidade e continue atraindo um expressivo volume dos movimentos de população na região, há um sensível redirecionamento nos movimentos pendulares. Favorecendo o crescimento da população que trabalha no próprio município de residência.