DA “PEDAGOGIA DO NÃO” E DO “COGITO” DO SONHADOR, EM GASTON BACHELARD: PENSANDO UMA EDUCAÇÃO PARA A IMAGINAÇÃO
Palavras-chave:
Pedagogia do Não, Pedagogia do Diálogo, Pedagogia do Eufemismo, Educação para a ImaginaçãoResumo
Neste artigo, fundamentamos uma educação para a imaginação a partir da perspectiva de
Gaston Bachelard, desenvolvida em torno da “Pedagogia do Não” e do “cogito” do sonhador, em oposição
ao racionalismo dogmático e ao empirismo ingénuo, integrando a imaginação criadora através da qual o
sujeito se faz imaginativo. Caracterizamos, assim, a “Pedagogia do Não” como uma pedagogia capaz de
conduzir o diálogo e estabelecer equilíbrio entre pensamento e imaginação e atribui-lhe relevante papel
na conjugação da objetividade científica e da imaginação poética, para, por fim, discutir a possibilidade
de pensar uma educação para a imaginação na base do “cogito” do sonhador. Destacando os poderes e as
funções da imaginação, quando recorrem às figuras de retórica, como a antítese, a hipérbole, a antífrase
e o eufemismo, e ao jogo de imagens que esse uso comporta, realçamos a função eufemizante da
imaginação e a sua capacidade de inovação semântica, susceptível de conduzir à “remitologização” do
mundo, cumprindo um “novo espírito pedagógico” que, coerentemente com o “novo espírito científico”,
conjugue a objetividade científica e a imaginação poética.
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