No centro da periferia

O (entre)lugar de Virgínia em Ciranda de pedra

Autores

  • Licilange Gomes Alves Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN)
  • Roniê Rodrigues da Silva Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN)

DOI:

https://doi.org/10.17851/1982-0739.23.1.259-274

Palavras-chave:

Ciranda de Pedra, Democracia, Opressão, Exclusão

Resumo

Artigo de natureza teórico-bibliográfica cujo objetivo consiste em analisar questões de desigualdade no romance Ciranda de Pedra, de Lygia Fagundes Telles, através da personagem Virgínia, observando como são construídas as situações antidemocráticas que atravessam a trajetória da protagonista. Desse modo, irá refletir-se, paralelamente, sobre questões pertinentes às relações entre soberanos e subalternos à luz das concepções, especialmente, de Jean Jacques Rousseau (1989), que trata do surgimento da desigualdade, Michel Foucault (1996), que discute sobre as posições ocupadas pelos diferentes discursos em sociedade e dos interditos que os atravessam, e Antonio Candido (1995a), que trata da necessidade de democratização da literatura. Considera-se relevante também o levantamento das discussões de Norberto Bobbio (1986) e (1998) e Marilena Chauí (2008) sobre democracia. Em termos de análise literária, o estudo será norteado pelas considerações de Antonio Candido (1995b).

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Biografia do Autor

  • Licilange Gomes Alves, Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN)
    Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Letras (PPGL) pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN).
  • Roniê Rodrigues da Silva, Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN)

    Professor Doutor do Departamento de Letras Vernáculas e do Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte.

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Publicado

2018-03-16