O papel dos paratextos em Wide Sargasso Sea (Jean Rhys) e na sua tradução brasileira (Léa Viveiros de Castro)
DOI:
https://doi.org/10.17851/1982-0739.23.1.230-241Resumo
Este trabalho visa analisar e comparar os paratextos da obra Wide Sargasso Sea e da sua tradução brasileira feita por Léa Viveiros de Castro, a fim de refletir como estes corroboram ou não para a elucidação do romance de Charlotte Brontë, bem como o papel desses paratextos no direcionamento da leitura da obra. Wide Sargasso Sea (1966) é um romance da escritora dominicana Jean Rhys (1890-1979), conhecido pela inter e hipertextualidade (GENETTE, 1997) que estabelece com o romance colonial do século XIX, Jane Eyre (1847), da escritora Charlotte Brontë (1816-1855), e por possibilitar discussões em áreas de estudos pós-coloniais e feministas. A tradução brasileira foi publicada em 2012, pela editora Rocco. A análise apresentada neste trabalho se embasa no conceito de paratexto cunhado e desenvolvido por Gérard Genette (2009). Uma obra literária raramente se apresenta de forma isolada, mas circula acompanhada de várias produções, de ordem verbal ou não. Essas produções são chamadas de paratextos e funcionam como dispositivos que orientam o percurso do/a leitor/a na obra, ajudando-o/a na sua decisão interpretativa.
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