De Chicos e Sérgios

uma leitura de "O irmão alemão", de Chico Buarque, como ficção de arquivo

Autores

  • Nathalia de Aguiar Ferreira Campos Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

DOI:

https://doi.org/10.17851/1982-0739.22.3.219-231

Palavras-chave:

ficções de arquivo, autoficcção, biografema, ficção, biografia

Resumo

Este ensaio discute O irmão alemão (2014), mais recente realização literária de Chico Buarque, sob a perspectiva da safra literária contemporânea conhecida como ficções do arquivo. Parte, para tanto, da desabilitação da autoficção para abordar o romance – rubrica com que vem sendo frequentemente alinhado –, de maneira a investir na desnaturalização das noções esquemáticas de autobiografia e ficção e apreender importantes nuances da obra, como a encenação das chamadas figuras de arquivo (no caso, a biblioteca, a carta e a iconografia), o emprego das técnicas de prova no processo de pesquisa histórica ou jornalística e a modelagem biografemática de restos biográficos do autor e da família Buarque de Holanda, com destaque para o pai, Sérgio Buarque de Holanda.

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Biografia do Autor

  • Nathalia de Aguiar Ferreira Campos, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

    é graduada em Letras-Português (2011), mestre em Teoria da Literatura e Literatura Comparada (2014) e doutoranda na mesma área (2016) pela Universidade Federal de Minas Gerais. Tem experiência como preparadora e revisora de textos. Atualmente, é professora de língua portuguesa e literatura. Atua principalmente com os seguintes temas: teoria da literatura, literatura comparada, arquivos e crítica biográfica.

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Publicado

2017-10-27

Edição

Seção

Teoria, Crítica Literária, outras Artes e Mídias