v. 22 n. 3 (2016): A LITERATURA & O LIVRO
Se os discursos apocalípticos sobre o fim do livro parecem ter finalmente arrefecido, diante da constatada sobrevivência do livro físico (em variados formatos) ao lado dos suportes digitais, a forma, a materialidade e certa simbologia do livro vêm sendo, nas últimas décadas, tensionadas – seja por diferentes correntes do pensamento que têm dedicado especial atenção ao livro como instituição ocidental do saber e da cultura; seja por artistas que veem no objeto livro um campo de experimentações e investigações materiais e conceituais; seja, ainda, no âmbito do design editorial, que se alimenta também do experimentalismo material e gráfico ao passo que tenta investir o produto livro de novas roupagens, tendo em vista um mercado cada vez mais competitivo e um público cada vez mais exigente. Além disso, convive com o livro em sua forma mais amplamente difundida e reconhecida uma série de práticas alternativas, novas e antigas, que vêm ganhando destaque no universo livresco: livros artesanais, independentes, produzidos com materiais os mais diversos, autopublicações, literatura digital e, ainda, criações de grupos e povos que há até pouco tempo não se utilizavam da tecnologia do livro. Tendo como horizonte esse prolífico cenário – e sem desconsiderar, claro, a história das práticas e das reflexões acerca do livro –, o v. 22, n. 3 da revista Em Tese convida pesquisadores e artistas a refletir sobre a forma, a matéria e a experiência de leitura do livro, levando em conta seus mais variados meios e modos de produção e circulação ao longo dos tempos.



