Um retrato da guerra e do estado de exceção no romance "Um homem: Klaus Klump"
DOI:
https://doi.org/10.17851/1982-0739.20.2.68-78Palavras-chave:
Guerra, Poder, ViolênciaResumo
O presente artigo faz uma análise da figuração da guerra no romance Um homem: Klaus Klump, do escritor português Gonçalo M. Tavares. Procura-se delinear como a guerra encontra aí um tratamento ambivalente, sendo simultaneamente tomada como fenômeno da natureza, que foge ao controle da vontade e da razão, e como fenômeno histórico e especificamente humano, que manifesta a capacidade humana de inovar e modificar a natureza. Toma-se como eixo da análise a trajetória do personagem Klaus Klump, sobre o qual a guerra tem um impacto revolucionário. Por fim, sugere-se uma possibilidade de leitura para tal ambivalência, considerando-se a guerra e o estado de exceção por ela instaurado como uma imagem para a dupla potencialidade que a transformação operada pelo ser humano sobre a natureza acarreta: por um lado, a construção de um mundo permanente e habitável; por outro, o exercício indiscriminado e destruidor da força e do domínio.
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Referências
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