Reflexões sobre o gesto
o silêncio como uma sugestão textual
DOI:
https://doi.org/10.17851/1982-0739.28.1.50-66Palavras-chave:
gesto, silêncio, escritaResumo
Este trabalho tem como principal objetivo pensar em como alguns artistas – às vezes chamados de artistas conceituais – se utilizaram do gesto em suas obras a fim de apontar para um aspecto silencioso, em que palavras e imagens se confundem em uma prática indecifrável. Através de produções híbridas, nem tanto palavra nem tanto imagem, artistas evidenciam o gesto como uma maneira de suscitar a vulnerabilidade da linguagem verbal, de evidenciar a aproximação entre palavra e imagem, ou apenas como uma nova maneira de comunicar – de uma maneira que o leitor/espectador não consiga entender. Com trabalhos de Marcel Broodthaers, On Kawara, León Ferrari e Mira Schendel, visamos com este texto demonstrar as relações entre o gesto, a sugestão textual, o silêncio e o desejo de comunicar.
Downloads
Referências
ABOUCAYA, Martine e ROUBAUD, Jacques. “Tribute”. In: WATKINS, Jonathan (curador). On Kawara. Nova York: Phaidom, 2002. p. 8
BARTHES, Roland. O óbvio e o obtuso: ensaios críticos III. Tradução de Lea Novaes. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1990.
BECKETT, Samuel. O inominável. Tradução de Waltensir Dutra. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1989.
BLANCHOT, Maurice. “A experiência mágica de Henri Michaux” (1944). Tradução de Marcelo Jacques de Moraes (UFRJ). Alea vol.12, no.1. Jan-Jun 2010. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S1517-106X2010000100013>. Acesso em: 16/04/2016.
CAMPOS, Augusto de. In: MORTI, Silas. Crítica: Tate refaz ode ao silêncio da artista plástica Mira Schendel. Folha de São Paulo. Ilustrada. 11/01/2014 Disponível em: https://m.folha.uol.com.br/ilustrada/2014/01/1396332-critica-taterefaz-ode-ao-silencio-da-artista-plastica-mira-schendel.shtml. Acesso em: 22/04/2016.
DWORKIN, Craig Douglas. Reading the illegible: avant-garde and modernism studies. U. da California: Berkeley, 2003.
FLUSSER, Vílem. A escrita: há futuro para a escrita? Tradução de Murilo Jardelino da Costa. São Paulo: Annablume, 2010.
GIUNTA, Andrea. “León Ferrari: a language rhapsody”. In: PÉREZ-ORAMAS, Luis (Org.). León Ferrari and Mira Schendel: tangled alphabets. Nova York: Cosac&Naif, 2009. p. 46-58.
GRANDE Dicionário Houaiss de língua portuguesa. Rio de Janeiro: Editora Objetiva, 2008.
HOPKINS, Robert. “Speaking Through Silence: Conceptual Art and Conversational Implicature”. In: GOLDIE, Peter e Schellekens, Elisabeth, (Eds.) Philosophy and Conceptual Art. Oxford: OUP, 2009. pp. 57-68.
LA PLUIE (project pour un text). Marcel Broodthaers. 1969. (2 min e 11 seg). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=3L6JO-U_ts8 Acesso em: 20 de dez, 2021.
LINS, Osman. “Os gestos”. In: LINS, Osman. Os gestos. 2ª. ed. São Paulo: Melhoramentos, 1975.
MICHAUX, Henri. “Levem-me”. Trad. Henrique Rocha de Souza Lima. Revista Cisma (Revista de crítica literária e tradução da graduação da USP). 192 Disponível em: Acesso em: 15/04/2016
NANCY, Jean-Luc. À escuta. Trad. Fernanda Bernardo. Belo Horizonte: Chão de feira, 2014.
NAVES, Rodrigo. “Mira Schendel: the world as generosity”. In: PÉREZ-ORAMAS, Luis (Org.). León Ferrari and Mira Schendel: tangled alphabets. Nova York: Cosac&Naif, 2009. p. 58-79
PÉREZ-ORAMAS, Luis. “Léon Ferrari and Mira Schendel: tangled alphabets”. In: PÉREZ-ORAMAS, Luis (Org.). León Ferrari and Mira Schendel: tangled alphabets. Nova York: Cosac&Naif, 2009. p. 12-45.
SCHENDEL, Mira. In: SALZSTEIN, S. (Org.). No vazio do mundo: Mira Schendel. Rio de Janeiro: Marca D’Água, 1997.
SONTAG, Susan. “A estética do silêncio”. In: A vontade radical: estilos (1966). Tradução de João Roberto Martino Filho. São Paulo: Companhia das Letras, 1987. Disponível em: Acesso em: 23/02/2015.



