Fotografias da ruína

a condição do sujeito poeta e da poesia articulada em “Diving into the Wreck” de Adrienne Rich

Autores

  • Amanda Carraro Moraes Roly Universidade Federal do Rio de Janeiro

DOI:

https://doi.org/10.17851/1982-0739.28.1.109-123

Palavras-chave:

Poesia, ruína, literatura norte-americana, fotografia

Resumo

De acordo com Walter Benjamin (2012, p.243), seria tarefa do historiador “escovar a história a contrapelo”, na tentativa de trazer à tona as vozes silenciadas na escrita do passado. Em “Memórias de cego”, Derrida também propõe a escrita das entrelinhas, do que reside no silêncio. Para ele, o escrito se fiaria à sua memória, relatando o rastro deixado entre a representação e o representado (DERRIDA, 2010, p.52). Neste trabalho, proponho uma leitura do poema “Diving into de Wreck”, de Adrienne Rich, a luz dos conceitos de Derrida e Benjamin. Pretendo revisitar os sentidos atribuídos à metáfora do mergulhador e do mergulho, para discutir qual o papel do autor e da obra literária diante das catástrofes da história mundial no poema. Nessa chave de leitura, o mergulhador-poeta desceria em direção à ruína para fazer ouvidas as vozes silenciadas, que não foram registradas no “livro de mitos”.

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Biografia do Autor

  • Amanda Carraro Moraes Roly, Universidade Federal do Rio de Janeiro

    Mestranda em Teoria literária pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) com concentração em literatura, cultura e sociedade. Atualmente, investiga as relações de alteridade e a figura do “go-betweener” nos primeiros escritos sobre o Brasil colonial.

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Publicado

2022-07-29