Penélope já não espera

a superação do mitema do engano em “Colheita”, de Nélida Piñon

Autores

  • Mariana Marise Fernandes Leite

DOI:

https://doi.org/10.17851/1982-0739.28.1.236-252

Palavras-chave:

Penélope, Nélida Piñon-Colheita, Mito, Releitura subversiva

Resumo

Este artigo analisa o conto “Colheita”, de Nélida Piñon, propondo-o como releitura subversiva do mito de Penélope no que tange à reutilização, no conto, do mitema do engano. Para tal fim, propõe-se que a protagonista do conto, em contraste com a mitológica, se relacione com o mundo desde uma percepção profana, o que a impede de manipular tempo e espaço da mesma forma como a personagem do mito faz a fim de aguardar o retorno do amado e orientada percepção de mundo ligada à existência do sagrado. Embasam esta análise Denise de Carvalho Dumith (2012) e suas considerações sobre o mito de Penélope e sua repetição na literatura, Carlos García Gual (1996) e seus apontamentos sobre a estrutura dos mitos sua releitura na literatura e nos apontamentos de Mircea Eliade (1992) sobre as relações sagrada e profana que o homem estabelece com o mundo.

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Biografia do Autor

  • Mariana Marise Fernandes Leite

    Doutora em Letras/Estudos Literários pela Universidade Federal do Espírito Santo (Goiabeiras-ES).

Referências

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Publicado

2022-07-29

Edição

Seção

Teoria, Crítica Literária, outras Artes e Mídias