Memória e escrita em Um beijo dado mais tarde, de Maria Gabriela Llansol e O inventário das coisas ausentes, de Carola Saavedra
DOI:
https://doi.org/10.17851/1982-0739.28.1.341-356Palavras-chave:
Diários, Escrita feminina, Ficção, Linguagem, MemóriaResumo
Este artigo objetiva discutir memória, ficção e feminino em Um beijo dado mais tarde, de Maria Gabriela Llansol, e O inventário das coisas ausentes, de Carola Saavedra, partindo de três elementos: os objetos e os espaços como personificações de memórias, o papel dos diários na escrita e os questionamentos acerca da linguagem presentes em ambas. Como referencial para esta análise, utilizamos as teorias de Lúcia Castello Branco (1991), sobre a relação da memória com o feminino; de Gaston Bachelard (1993), sobre contribuição dos espaços e objetos na memória e na imaginação; Michelle Perrot (2007), sobre memória, arquivo e diários femininos, dentre outros. Conclui-se que essas narrativas compõem relatos a partir da falta e do vazio e que colecionam resquícios e rastros, ressignificando os vínculos entre o real e o ficcional e refletindo sobre o processo da escrita literária.
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