Memória como recurso diegético do drama contemporâneo
DOI:
https://doi.org/10.17851/1982-0739.28.2.18-29Palavras-chave:
teatro contemporâneo, teatro brasileiro, Newton Moreno, narratividade, memóriaResumo
proposta analítica que fundamenta o presente artigo é de que a memória se torna um recurso diegético em certa produção dramatúrgica contemporânea. Tomando como referência duas dramaturgias de Newton Moreno, Agreste (Malva-Rosa) e Body Art, pretende-se explorar possibilidades de narratividade, encarada como epicização ou como rapsodização, pelo recurso da memória como dispositivo dramatúrgico. Como premissa, entende-se que a memória não é em si apenas conteúdo das peças, mas em especial um elemento instrumental para a formulação dessas estruturas dramatúrgicas. Nesse sentido, as obras em questão são referenciais exemplificadores para a hipótese que ora se delineia, que compreende a estrutura memorialística como formato dramatúrgico em si. No entanto, como elemento inerente à dramaturgia de Moreno, outro elemento estranho ao drama também se torna marcante e se entrelaça ao épico: o eu lírico.
Downloads
Referências
ARISTÓTELES. Poética. Tradução, introdução e notas de Paulo Pinheiro. 2. ed. São Paulo: Editora 34, 2017.
CARLSON, M. Palco assombrado: o teatro enquanto máquina da memória. Tradução de Paulo Faria. Porto: Humus, 2020.
MORENO, N. Agreste; Body Art; A refeição. São Paulo: Aliança Francesa; Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2009.
MORENO, N. Agreste: uma nostalgia das origens. Sala Preta, São Paulo, v. 4, p. 93-96, 2004. Disponível em: <https://www.revistas.usp.br/salapreta/article/view/57139/60127>. Acesso em: 21 jan. 2022.
REIS, C. Dicionário de estudos narrativos. Coimbra: Almedina, 2018.
RICOEUR, Paul. Tempo e narrativa. Tomo I. Tradução de Claudia Berliner. São Paulo: Martins Fontes, 2019.
SARRAZAC, J. Théâtres du moi, théâtres du monde. Rouen: Éditions Médianes, 1995.
SARRAZAC, J. O futuro do drama. Tradução de Alexandra Moreira Silva. Porto: Campo de Letras, 2002.
SARRAZAC, J. (Org.). Lxico do drama moderno e contemporneo. Tradução de Andr Telles. So Paulo: Cosac Naify, 2012.
SARRAZAC, J. Potica do drama moderno. Tradução de Newton Cunha, J. Guinsburg, Sonia Azevedo. So Paulo: Perspectiva, 2017.
SZONDI, Peter. Teoria do drama moderno [1880-1950]. Tradução e notas de Raquel Imanishi Rodrigues. São Paulo: Cosac Naify, 2011.



