Imagens maternas, dramaturgia da redenção
DOI:
https://doi.org/10.17851/1982-0739.28.2.138-158Palavras-chave:
Plínio Marcos, imagens maternas, memória, catástrofeResumo
O artigo faz parte de uma pesquisa mais ampla sobre a crítica da violência na escrita dramática de Plínio Marcos. No recorte apresentado, um estudo sobre Querô, uma reportagem maldita, a reminiscência do personagem-recordante repassa as imagens maternas como perda e ausência. Na retrospecção, as imagens fantasmáticas de Leda fazem parte da busca incessante da redenção como forma de perdão, perante o abandono e o passado traumático do personagem na zona portuária e no reformatório. Outrossim, na comparação com outros textos teatrais do mesmo dramaturgo, a perquirição da violência sofrida na detenção revela uma subjetivação fraturada que duplica as instâncias de enunciação e, na reiteração da catástrofe que funda e encerra a ação dramática, reprisa as ruínas de uma memória em flagrante degradação.
Downloads
Referências
AGAMBEN, G. Nudez. Tradução de Davi Pessoa. Belo Horizonte: Autêntica, 2015.
AGAMBEN, G. O fogo e o relato: ensaios sobre criação, escrita, arte e livros. Tradução de Andrea Santurbano e Patrícia Peterle. São Paulo: Boitempo, 2018.
ARISTÓTELES. Poética. Tradução de Eudoro de Souza. São Paulo: Ars Poetica, 1992.
BENJAMIN, W. Rua de mão única: obras escolhidas. v. II. Tradução de Rubens Rodrigues Torres Filho e José Carlos Martins Barbosa. São Paulo: Brasiliense, 1995.
BENJAMIN, W. Imagens do pensamento. Tradução de João Barrento. Belo Horizonte: Autêntica, 2013.
GAGNEBIN, J. M. Limiar, aura e rememoração: ensaios sobre Walter Benjamin. São Paulo: Editora 34, 2014.
MARCOS, P. Inútil canto e inútil pranto pelos anjos caídos. São Paulo: Parma, s/d.
MARCOS, P. Querô, uma reportagem maldita. São Paulo: Publisher Brasil, 1999.
MARCOS, P. Querô, uma reportagem maldita. In: ZANOTTO, I. M. (Org.). Plínio Marcos: melhor teatro. São Paulo: Global, 2003. p. 231-273.
MARCOS, P. A mancha roxa. In: PÉCORA, A. (Org.). Obras teatrais, v. 1: atrás desses muros. Rio de Janeiro: Funarte, 2016a. p. 147-182.
MARCOS, P. Barrela. In: PÉCORA, A. (Org.). Obras teatrais, v. 1: atrás desses muros. Rio de Janeiro: Funarte, 2016b. p. 45-84.
MARCOS, P. Querô, uma reportagem maldita. In: PÉCORA, A. (Org.). Obras teatrais, v. 3: pomba roxa. Rio de Janeiro: Funarte, 2017a. p. 145-185.
MARCOS, P. Signo da discoteque. In: PÉCORA, A. (Org.). Obras teatrais, v. 5: no reino da banalidade. Rio de Janeiro: Funarte, 2017b. p. 67-105
SARRAZAC, J. O futuro do drama: escritas dramáticas contemporâneas. Tradução de Alexandra Moreira da Silva. Porto: Campos das Letras, 2002.
SARRAZAC, J. A invenção da teatralidade, seguido Brecht em processo e O jogo dos possíveis. Tradução de Alexandra Moreira da Silva. Porto: Deriva, 2009.
SARRAZAC, J. O outro diálogo: elementos para uma poética do drama moderno e contemporâneo. Tradução de Luís Varela. Évora: Editora Licorne, 2011.
SARRAZAC, J. Sobre a fábula e o desvio. Tradução de Fátima Saadi. Rio de Janeiro: 7Letras; Teatro do Pequeno Gesto, 2013.
SARRAZAC, J. Poética do drama moderno: de Ibsen a Koltès. Tradução de Newton Cunha, J. Guinsburg e Sonia Azevedo. São Paulo: Perspectiva, 2017.
SARRAZAC, J. Crítica do teatro I: da utopia ao desencanto. Tradução de Letícia Mei. São Paulo: Temporal, 2021.



