O texto dentro do texto
metaficção e intertextualidade em Bufo & Spallanzani, de Rubem Fonseca, e Nome Falso, de Ricardo Piglia
DOI:
https://doi.org/10.17851/1982-0739.28.3.147-167Palavras-chave:
Metaficção, Intertextualidade, Pós-modernismoResumo
Este artigo tem por objetivo analisar como ocorre a metaficção e a intertextualidade em Bufo & Spallanzani, de Rubem Fonseca, e Nome falso, de Ricardo Piglia. O termo metaficção pode se associar ao caráter autorreflexivo de uma obra. São exemplos os romances que refletem sobre o processo de escrita e a própria ficcionalidade, ao passo que a intertextualidade está relacionada ao diálogo existente entre dois ou mais textos. Nesse sentido, se a metaficção é um processo relacional entre linguagens, ao se tratar da literatura, portanto, sempre poderá haver um diálogo intertextual. Desse modo, para a realização deste artigo, foram utilizadas, como aporte teórico, as autoras Hutcheon (1991), com a intenção de compreender algumas questões ligadas ao pós-modernismo, e Perrone-Moisés (2016), para entender o termo metaficção e sua relação com o pós-moderno. Além disso, com base em Chalhub (2005), definiu-se o termo metalinguagem, ao passo que a intertextualidade foi definida de acordo com os pressupostos teóricos de Koch e Elias (2015) e Kristeva (1969). Para tanto, ressalta-se que esta pesquisa foi dividida em dois grandes momentos: 1) “Tessituras conceituais: metaficção e intertextualidade” – aqui foram expostos os conceitos metalinguagem e intertextualidade, achando-se pertinente discutir brevemente sobre a linguagem; 2) “Dissonâncias e ressonâncias em Bufo & Spallanzani e Nome falso” – neste momento, discorreu-se sobre os livros supracitados e foram feitas as análises das relações metaficcionais e intertextuais encontradas nas obras.
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