Do mestiço à negra dor silenciada

o silêncio na literatura afro-brasileira

Autores

  • José Mariano Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.17851/1982-0739.28.3.168-181

Palavras-chave:

Mário de Andrade, Literatura afro-brasileira, Mestiço, Branqueamento, Negritude

Resumo

evando-se em conta a experiência mestiça na constituição da identidade negra no Brasil, o presente artigo busca identificar os mecanismos discursivos e estéticos da produção literária de escritores mestiços. A partir da leitura do poema Reconhecimento de Nêmesis, de Mário de Andrade, de seu livro A costela do grão cão (1941), desenvolve-se um processo analítico que prioriza a constituição da negritude a partir da experiência do entre-lugar de sujeitos mestiços nas identidades sociais – sendo estas constituídas, no texto literário, pela utilização do silêncio como recurso estético e discursivo.

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Biografia do Autor

  • José Mariano, Universidade de São Paulo

    É pesquisador, poeta e professor. Formado em Letras pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, pela Universidade de São Paulo, é mestrando em Estudos Comparados de Literatura de Língua Portuguesa pela mesma faculdade, com bolsa CAPES, lidando com temas como literatura afro-brasileira, estudos culturais, relações raciais e estudos de gênero.

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Publicado

2023-07-11

Edição

Seção

Teoria, Crítica Literária, outras Artes e Mídias