O movimento anacrônico da personagem Claudia na cena teatral de O Deszerto

Autores

  • Jéssica Ribas Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

DOI:

https://doi.org/10.17851/1982-0739.24.1.108-122

Palavras-chave:

anacronismo, Didi-Huberman, Mulheres Míticas, Carlos Franz

Resumo

O presente trabalho utiliza a definição de anacronismo, empregada pelo filósofo francês Didi-Huberman em Diante do tempo (2011), para discutir a questão dos tempos implicados pela imagem na cena teatral. A utilização da palavra “movimento” funcionou como uma tentativa de enfatizá-la no contexto do teatro. Um movimento do anacronismo, portanto, que se apresente também no campo do visível, como acontecimento, extrapolando o campo das ideias. Para melhor aplicação da proposta, esta investigação centrou-se em torno da personagem “imagem-malícia” (DIDI-HUBERMAN, 2005) Claudia, retirada do espetáculo O Deszerto (2016), de autoria do grupo Mulheres Míticas. Essa personagem, que desencadeia uma reunião de tempos expressos por imagens literárias e plásticas (ROJO, 2016) que se formam dos dispositivos utilizados na cena, possibilitou pensar como esses conflitos temporais permitiriam que épocas fossem revisitadas, e se eles poderiam interferir nos modos de fazer dos sujeitos, com a proposta de ressignificar a história e “renovar o pensamento” (DIDI-HUBERMAN, 2012).

 

 

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Biografia do Autor

  • Jéssica Ribas, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

    Modernas e Contemporâneas / Linha de Pesquisa: Literatura, outras Artes e Mídias) da Faculdade de Letras da Universidade Federald e Minas Gerais. Bacharel em Interpretação Teatral pela Escola de Belas
    Artes da UFMG. Possui Licenciatura em Teatro também pela EBA/UFMG. É membro pesquisadora do Núcleo de Estudos em Letras e Artes Performáticas (NELAP). Iniciou os estudos de teatro em 2007 e atua como atriz desde 2009. É membro co-fundadora do grupo Mulheres Míticas, onde exerce atividades como atriz, figurinista e produtora.

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Publicado

2019-03-01

Edição

Seção

Dossiê