Vozes da memória

a supraliteratura Svetlana Aleksiévitch

Autores

  • Júlia de Campos Lucena Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFGRS)

DOI:

https://doi.org/10.17851/1982-0739.26.2.187-201

Palavras-chave:

Svetlana Aleksiévitch, memória, trauma

Resumo

A escritora bielorrussa Svetlana Aleksiévitch, vencedora do prêmio Nobel de Literatura em 2015, inaugura uma nova estética literária — um novo gênero em que autor e coletividade dividem a autoria de um “romance mosaico”. Seus livros são compostos de breves histórias particulares, monólogos reflexivos e testemunhos coletivos de momentos tão extremos da experiência humana que só convencem porque sabemos reais. Trata-se da realidade enquanto gênero literário. Pretende-se, neste artigo, analisar essa reelaboração literária da memória proposta por Svetlana a partir da obra Vozes de Tchernóbil; refletir sobre como ela toca o modelo historiográfico proposto por teóricos como Walter Benjamin e Dominick Lacapra; além de elaborar, brevemente, o gênero literário que dá suporte a esse empreendimento, e que se pretende inaugural na estética do testemunho: o Romance de Vozes.

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Biografia do Autor

  • Júlia de Campos Lucena, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFGRS)

    Graduada em Licenciatura em Letras - Língua e Literaturas de Língua Portuguesa, Língua Francesa e Literaturas de Língua Francesa na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Mestranda na área de
    Estudos da Literatura, especialidade Literatura, Sociedade e História da Literatura. É bolsista CAPES de mestrado na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, com início em agosto de 2018.

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Publicado

2021-03-18