Lutas, discursos e corpos

a poesia de slam como arte performática e prática feminista decolonial

Autores

DOI:

https://doi.org/10.17851/1982-0739.28.1.216-235

Palavras-chave:

Poesia de slam, Arte performática, Crítica decolonial, Prática feminista decolonial

Resumo

Neste breve estudo, pretende-se apresentar o movimento de poesia de slam pensado a partir do viés da arte performática contemporânea e da crítica decolonial. A ênfase será dada no caráter político que a performance adquire dentro do movimento, o que permite, ainda, seu entendimento enquanto uma prática feminista de cunho decolonial. Isso ocorre porque, conforme será explicitado, o poetry slam oferece a possibilidade de produção, fala e escuta dos discursos de mulheres não-brancas, não-héteros, não-cis etc. Assim, o movimento de poesia de slam pode ser considerado, por si, como um movimento da decolonialidade, pois ao proporcionar um espaço de reconhecimento da pluralidade de experiências sociais, atua na desestruturação do sistema engendrado pela colonialidade do poder.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Jéssica Antunes Ferrara, Universidade Federal de Juiz de Fora

    Doutoranda em Letras: estudos literários pela Universidade Federal de Juiz de Fora (Juiz de Fora/MG).

Referências

BERNARDINO-COSTA, Joaze; GROSFOGUEL, Ramón. Decolonialidade e perspectiva negra. Revista Sociedade e Estado, Universidade Federal de Brasília, Brasília, v. 31, n. 1, 2016, p. 15-24. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/se/v31n1/0102-6992-se-31-01-00015.pdf>. Acesso em: 05 nov. 2019.

BOURDIEU, Pierre. As regras da arte: gênese e estrutura do campo literário. Tradução Maria Lucia Machado. São Paulo: Companhia das Letras, 2005.

BUTLER, Judith. A vida psíquica do poder: teorias da sujeição. Tradução Rogério Bettoni. Belo Horizonte: Autêntica, 2017b.

BUTLER, Judith. Relatar a si mesmo: crítica da violência ética. Tradução Rogério Bettoni.Belo Horizonte: Autêntica, 2017a.

CARLSON, Marvin A. Performance: uma introdução crítica. Tradução Thaís Flores Nogueira Diniz e Maria Antonieta Pereira. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2009.

CASTRO-GÓMEZ, Santiago; GROSFOGUEL, Ramón. Prólogo. Giro decolonial, teoría crítica y pensamiento heterárquico. In: _____ (Orgs.). El giro decolonial: reflexiones para una diversidad epistémica más allá del capitalismo global. Bogotá: Siglo del Hombre Editores; Universidad Central, Instituto de Estudios Sociales Contemporáneos y Pontificia Universidad Javeriana, Instituto Pensar, 2007, p. 9-24.

D’ALVA, Roberta Estrela. SLAM: voz de levante. Rebento, São Paulo, n. 10, 2019, p. 268-286. Disponível em: <http://www.periodicos.ia.unesp.br/index.php/rebento/article/view/360/251>. Acesso em: 05 nov. 2011.

D’ALVA, Roberta Estrela. Um microfone na mão e uma ideia na cabeça: o poetry slam entra em cena. Synergies Brésil, São Paulo, n. 9, 2011, p. 119-126. Disponível em: <https://gerflint.fr/Base/Bresil9/estrela.pdf>. Acesso em: 05 nov. 2019.

DELEUZE, Gilles; PARNET, Claire. Diálogos. Tradução Eloísa Araújo Ribeiro. São Paulo: Escuta, 1998. Disponível em: <http://conexoesclinicas.com.br/wp-content/uploads/2015/12/deleuze-gilles-parnet-claire-dialogos.pdf>. Acesso em 05 nov. 2019.

EPSTEIN, Joseph. Who Killed Poetry? The main modernist poets had written with assurance in their bones, as if they knew their worth and knew that… Commentary, New York, n. 2, 1998. Disponível em: <https://www.commentarymagazine.com/articles/who-killed-poetry/>. Acesso em: 05 nov. 2019.

FERRARA, Jéssica Antunes. Literatura, gênero e política na América Latina: conexões entre Pagu e Blanca Luz. 2019. Dissertação (Mestrado em Letras: Estudos Literários) – Faculdade de Letras, Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, 2019. Disponível em: <https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/9340>. Acesso em: 05 nov. 2019.

FOUCAULT, Michel. O sujeito e o poder. In: DREYFUS, Hubert L; RABINOW, Paul. Michel Foucault, uma trajetória filosófica: para além do estruturalismo e da hermenêutica. Tradução Vera Porto Carrero. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1995, p. 231-250.

GIOIA, Dana. Can Poetry Matter? In: Can Poetry Matter? Essays on Poetry and American Culture. Saint Paul: Graywolf, 1992, p. 1-24.

PUÃ, Bell. Era uma vez um Brasil conservador. In: DUARTE, Mel (Org.). Querem nos calar: poemas para serem lidos em voz alta. São Paulo: Planeta do Brasil, 2019, p. 30-32.

QUIJANO, Aníbal. ¡Qué tal raza! In: PALERMO, Zulma; QUINTERO, Pablo (Orgs.). Aníbal Quijano: textos de fundación. Buenos Aires: Del Signo, 2014, p. 100-108.

SEGATO, Rita Laura. La nación y sus otros: raza, etnicidad y diversidad religiosa en tiempos de políticas de la identidad. Buenos Aires: Prometeo, 2007.

SEGATO, Rita Laura. Los cauces profundos de la raza latinoamericana: una relectura del mestizaje. Critica e emancipación: revista latinoamericana de ciencias sociales, CLACSO, Buenos Aires, n. 3, 2010, p. 11-44. Disponível em: <http://biblioteca.clacso.edu.ar/clacso/se/20120301125018/CyE3.pdf>. Acesso em 05 nov. 2011.

SEGATO, Rita Laura. Raça e racismo em uma perspectiva própria latinoamericana. In: SEMINÁRIO VIRTUAL CLACSO (1903). Raza, género y derechos desde la perspectiva de la colonialidad. Buenos Aires: CLACSO, 2019.

SOMERS-WILLET, Susan B. A. The cultural politics of slam poetry: race, identity, and the performance of popular verse in America. Michigan: University of Michigan Press, 2009.

TAYLOR, Diana. Performance. Buenos Aires: Asunto Impreso, 2012.

THEODORO, Tawane. Receba a delicadeza. [Publicado pelo Canal] Slam da Guilhermina. 01 nov. 2018.

(4m33s). Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=9dbplr7d3uY&t=88s>. Acesso em: 06 nov. 2020.

ZUMTHOR, Paul. Performance, recepção, leitura. Tradução Jerusa Pires Ferreira e Suely Fenerich. São Paulo: Cosac Naify, 2007.

Downloads

Publicado

2022-07-29

Edição

Seção

Teoria, Crítica Literária, outras Artes e Mídias