O Fausto Criollo de Estanislao del Campo e a potência que emerge da paródia
DOI:
https://doi.org/10.17851/1982-0739.28.2.159-177Palavras-chave:
Fausto Criollo, paródia, tradução, América Latina, culturaResumo
Este artigo propõe uma retomada e possível ampliação de alguns estudos já realizados acerca das incorporações e traduções do mito do Fausto na América Latina, destacando-se os aspectos dialogantes e paródicos entre o Fausto de Goethe, transposto para a ópera por Gounod, e o poema gauchesco Fausto: impresiones del gaucho Anastasio el Pollo en la representación de esta ópera, do poeta argentino Estanislao del Campo (1834-1880). Essa tarefa será mediada por um entrecruzamento de ideias de autores, latino-americanos ou não, que pensaram e pensam a obra literária e a paródia para além de sua definição como “canto paralelo”, como forma de evidenciar as qualidades poéticas da obra de Del Campo independentemente de seu vínculo com o Fausto europeu.
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