A história em Virginia Woolf

uma análise do livro Três Guinéus

Autores

DOI:

https://doi.org/10.17851/1982-0739.28.2.194-212

Palavras-chave:

mulheres, história, ensaio

Resumo

É objetivo deste artigo analisar o livro-ensaio ficcional Três guinéus (1938), de Virginia Woolf. Considerando as críticas sobre o caráter de domesticação feminina e uma série de argumentos que exemplificam a relação entre o patriarcado, o capital e o militarismo, Woolf busca responder à questão de “como é possível impedir a guerra?”, nos tempo de ascensão do Nazi-Fascismo na Europa. Para tanto, a autora utiliza uma série de elementos não-ficcionais para evidenciar a condição das mulheres e delimitar como podemos, com mudanças na educação, na profissionalização e em uma reorganização social, libertar toda a humanidade. Em um primeiro momento abordamos o protagonismo feminismo na história e na literatura, com base em algumas obras desenvolvidas por Woolf. Em seguida, analisamos a obra Três guinéus e a submissão histórica das mulheres discutida no livro. Por fim, destacamos elementos que podem ser interpretados como instâncias importantes para pensar a história das mulheres e seu protagonismo através da contribuição dos trabalhos de Virginia Woolf.

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Biografia do Autor

  • Rayane Silva Guedes, Universidade do Estado de Minas Gerais

    Mestranda no Programa de Pós-Graduação stricto sensu Educação e Formação Humana, da FaE-UEMG.  Graduada no curso de pedagogia pelo Centro Universitário Estácio de Belo Horizonte.

  • Daniela Oliveira Ramos dos Passos, Universidade do Estado de Minas Gerais

    Doutora em Sociologia pela Universidade Federal de Minas Gerais. Professora adjunta da Faculdade de Educação da Universidade do Estado de Minas Gerais (FaE / CBH / UEMG) e Professora do quadro permanente do Programa de Pós-Graduação stricto sensu Educação e Formação Humana, da FaE-UEMG.

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Publicado

2022-12-20

Edição

Seção

Teoria, Crítica Literária, outras Artes e Mídias