Por que a narradora de Clarice Lispector é na crônica A favor do medo?

Cristiane de Mesquita Alves

doi:10.17851/1982-0739.28.3.235-246

Autores

Cristiane de Mesquita Alves Universidade Federal do Pará (UFPA) https://orcid.org/0000-0002-1723-9611

DOI:

https://doi.org/10.17851/1982-0739.28.3.235-246

Palavras-chave:

Crônica de Clarice, Assédio velado, Mulher

Resumo

O objetivo deste estudo é apresentar uma análise interpretativa da crônica A favor do medo, de Clarice Lispector, no intuito de fazer uma reflexão acerca da questão do assédio feminino e de suas consequências para a mulher na sociedade falocêntrica, a partir das falas e ações da narradora- personagem. Para tanto, este trabalho se organizou com base em uma metodologia qualitativa-bibliográfica nas revisões de literatura de Badinter (2005); Kehl (2016); Bourdieu (2017); Homem/Calligaris (2019), no que concerne à discussão do papel feminino dentro de uma categorização classista na visão do patriarcado; Nunes (1995); Rosenbaum (2006) e Vasquez (2010), a respeito das particularidades da linguagem do texto clariceano e outros pesquisadores, os quais serviram para alicerçar as argumentações pretendidas nessa leitura, a fim de compreender o tema assédio velado nessa faceta da obra da escritora ucraniana-brasileira.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

Cristiane de Mesquita Alves, Universidade Federal do Pará (UFPA)

Pós-doutoranda em Língua e Literaturas Espanhola e Hispano-americana na Universidade de São Paulo (São Paulo – SP). Doutora em Comunicação, Linguagens e Cultura pela Universidade da Amazônia/Bolsista PROSUP- CAPES (Belém – PA). Professora Adjunta do Instituto de Letras e Comunicação da Universidade Federal do Pará (Belém – PA).

Referências

ALVES, C. M. As aulas de sedução de Clarice Lispector para mulheres. In: IV Colóquio Internacional Literatura e Gênero e I Colóquio de [mprensa Feminina. MENDES, A. M; et al (Orgs). Anais do IV Colóquio Internacional Literatura e Gênero e o I Colóquio de Imprensa Feminina. Teresina, PI: FUESPI, Campus Poeta Torquato Neto, 2019. P. 115- 124. Disponível em: <https://icilg.uespi.br/download/anais2018.pdf?013511>. Acesso em 22 maio. 2022.

BADINTER, E. Rumo equivocado: o feminismo e alguns destinos. Trad. Vera Ribeiro. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2005.

BARTHES, R. A metáfora do olho. In: BATAILLE, G. História do olho. Trad. Eliane Robert Moraes. 1ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2018.

BOURDIEU, P. A dominação masculina. Trad. Maria Helena Kühner. 14ª ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2017.

FOUCAULT, M. A grande estrangeira: sobre literatura. Trad. Fernando Scheibe. 1ª ed. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2016.

HOMEM, M; CALLIGARIS, C. Coisas de menina? Uma conversa sobre gênero, sexualidade, maternidade e feminismo. Campinas, São Paulo: Papirus, 7 Mares, 2019. (Coleção Papirus Debates)

KEHL, M. R. Deslocamentos do Feminino: a mulher freudiana na passagem para a modernidade. 2ª ed. São Paulo: Boitempo, 2016.

LISPECTOR, C. A favor do medo. In: LISPECTOR, C. Crônicas para jovens: de amor e amizade. 1ª ed. Rio de Janeiro: Rocco Leitores Jovens, 2010.

NOLASCO, S. O mito da masculinidade. 2ª ed. Rio de Janeiro: Rocco, 1995.

NUNES, B. O drama da linguagem: uma leitura de Clarice Lispector. São Paulo: Ática, 1995.

ROSENBAUM, Y. Metamorfoses do mal: uma leitura de Clarice Lispector. 1ª ed. 1ª reimpr. São Paulo: Edusp, 2006.

VASQUEZ, P. K. Apresentação de amor e amizade. In: LISPECTOR, C. Crônicas para jovens: de amor e amizade. 1ª ed. Rio de Janeiro: Rocco Leitores Jovens, 2010.