Revista sobre Futebol, Linguagem, Artes e outros Esportes
A FuLiA/UFMG é uma revista eletrônica científica e artística sobre Futebol, Linguagem, Artes e outros Esportes da Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais, quadrimestral, de fluxo contínuo, com o objetivo de atender às demandas crescentes de publicações de pesquisas sobre o futebol e outros esporte em diálogo com os estudos da linguagem, das artes, das humanidades, da educação e do lazer.
O periódico aceita submissões de artigos e ensaios de doutores ou doutorandos para as seções Dossiê, Paralelas e Poética, além de textos para as seções Resenha, Entrevista e Tradução & Edição.
Artigos de mestres, mestrandos, graduados ou graduandos somente em coautoria com doutores ou doutorandos.
A revista aceita submissão de artigos derivados de teses ou dissertações. No entanto, artigos publicados em Anais serão aceitos apenas se estiverem substancialmente reformulados.
A FuLiA/UFMG segue as diretrizes do Código de Conduta e Boas Práticas do COPE (Committee on Publication Ethics) e não admite comportamentos antiéticos e nem tolera quaisquer formas de plágio.
A revista está vinculada ao Núcleo de Estudos sobre Futebol, Linguagem e Artes (FULIA), fundado em 2010, da Faculdade de Letras da UFMG.
JORNALISMO ESPORTIVO E HUMOR: caminhos e fronteiras
Em busca de alternativas para que os meios de comunicação dessem conta da cobertura do esporte e com as mudanças que as novas tecnologias e relações sociais impuseram, podemos verificar diferentes linguagens ao longo dos anos – seja ela impressa, audiovisual ou pela web - no, aqui especificamente, Jornalismo Esportivo. O “infotenimento” é, por exemplo, um recurso recorrente na cobertura jornalística relacionada ao futebol nos meios de Comunicação do país.
Nos últimos anos, com a era dos “influencers” e dos conteúdos produzidos de maneira difusa em busca de engajamento, presenciamos a exacerbação de uma narrativa que embrica o humor sobre o Jornalismo. Essas narrativas, contudo, nem sempre seguem as mesmas regras. Assim, jornalistas profissionais passam a trabalhar com elementos humorísticos, como a sátira, a ironia, o deboche, a paródia etc., assim como o uso de hipérboles, metáforas, além de expressões que se popularizam em bordões e memes. A integração do humor no Jornalismo Esportivo levanta questões éticas e profissionais significativas. A sátira e a ironia, se mal utilizadas, podem resultar em mal-entendidos ou ofensas. Além disso, a pressão para ser engraçado pode desviar o foco do objetivo principal do Jornalismo: informar o público.
Para este número, Jornalismo esportivo e humor: caminhos e fronteiras, convidamos à submissão contribuições de estudos específicos ou interdisciplinares que reflitam sobre a relação entre o Jornalismo esportivo e humor no Brasil, o uso de elementos humorísticos nas narrativas jornalísticas sobre futebol nos mais variados meios de Comunicação.
Sugestões de tópicos:
Cobertura Esportiva no cenário da convergência;
Novas tecnologias e o Jornalismo Esportivo;
Youtubers e a cobertura esportiva;
Hibridez da linguagem e seus reflexos no jornalismo esportivo;
Memes e jornalismo esportivo;
Tik tok e a cobertura esportiva;
Informação x Entretenimento no Jornalismo Esportivo;
Novas narrativas e gêneros no Jornalismo Esportivo.
Coorganização: Dr. Francisco Brinati (UFSJ); Dr. Filipe Mostaro (UERJ)
É muito comum em nosso cotidiano nos referirmos ao Brasil como o país do futebol. No entanto, uma parte dessa história ficou esquecida. Por quase quatro décadas, as mulheres foram oficialmente proibidas de jogar bola (1941-1979) e a regulamentação do futebol feminino aconteceu apenas no ano de 1983. Tal interdição retardou o desenvolvimento da modalidade, cujas consequências ainda hoje se fazem notar, tais como a falta de estímulo à profissionalização (nos clubes) ou à prática (seja na várzea, nos clubes, nas escolas, na areia ou nas quadras), o reconhecimento histórico e a visibilidade (espaço nas pesquisas, no livros, nos museus, na mídia e no cotidiano, de modo geral, além da precariedade da representação nas artes – literatura, música, cinema, moda, charge, pintura, fotografia, etc.).
Em busca de refletir sobre estes e outros aspectos, a FuLiA/UFMG, revista sobre Futebol, Linguagens e Artes, propõe a chamada para artigos científicos, resenhas e entrevistas para o dossiê Representação das mulheres no futebol, que tem como objetivo promover a reflexão e o debate sobre a presença e o papel das mulheres neste universo, abordando temas como futebol e gênero; o futebol feminino como linguagem; a história do futebol feminino; edição e futebol feminino; representatividade das mulheres na literatura de futebol e outras artes; o futebol feminino na literatura escrita por mulheres; o futebol feminino na mídia e em outros temas correlatos.
Serão bem-vindas contribuições de diversas áreas – Letras, Estudos Literários, Estudos da Linguagem, Estudos da Edição, Artes, Comunicação, História, Estudos do Lazer, Antropologia e Sociologia, entre outras – sobre as mais diversas formas de representação da mulher no futebol, desde modalidades do torcer, relatos memorialísticos, formas diversas de produção de discursos, até transformações do jogo e modos de apreensão temporal de corpos, gêneros e sexualidades.
Assistimos no século XXI ao retorno dos radicalismos de direita e de fantasmas extremistas que pareciam ter sido expurgados ao longo do século XX, o que se reflete na ascensão de governos conservadores e autoritários em diferentes partes do mundo. Ao mesmo tempo, acompanhamos, como nunca antes, diversas manifestações de atletas, clubes e federações em prol de um campo esportivo aberto à diversidade e menos preconceituoso.
No futebol, atletas como o brasileiro Vinícius Júnior se levantam contra o racismo nos estádios, movimentando até mesmo a diplomacia dos países envolvidos. No vôlei, Douglas Souza é um representante influente da comunidade LGBTQIAPN+ nesse esporte. Nas arenas esportivas, surgem em profusão torcidas compostas por pessoas neurodivergentes, o que estimula inclusive mudanças na legislação, com a construção de espaços adaptados para pessoas com deficiências. As mulheres consolidam cada vez mais seu lugar nos esportes e na transmissão esportiva. A Copa do Mundo feminina de 2023 foi a maior de todos os tempos, em número de seleções e audiência.
Diante desse plano de fundo, o dossiê Esporte, Política e Comunicação abarca a análise do fenômeno esportivo em sua interrelação com o campo político. Alguns dos tópicos de interesse desta edição são os seguintes: atuação política de atletas e ex-atletas; usos políticos do esporte e de seus símbolos; atletas-influenciadores digitais; cultura do cancelamento e suas implicações no campo do esporte; a legislação das SAFs e seus primeiros anos no Brasil; o associativismo torcedor em suas variadas faces; discussões sobre políticas públicas para o esporte.
Coorganização: Dr. Fausto Amaro (UERJ-Brasil); Dra. Leda Costa (UERJ-Brasil); Dr. Ronaldo Helal (UERJ-Brasil)