Mais branco do que preto na ditadura militar brasileira: a Democracia Corinthiana, o sindicalismo, a rebeldia e o rock and roll
Conteúdo do artigo principal
Resumo
Este estudo discutirá o documentário Democracia em preto e branco (2014), de Pedro Asbeg, e suas relações entre política, futebol e música. O documentário, comemorativo dos 30 anos do fim do movimento Democracia Corinthiana (1982-1984), é uma especial homenagem ao Dr. Sócrates, a figura mais emblemática do movimento político-esportivo, falecido em 2011. O filme traça seu argumento na esperança de compreender como o movimento Democracia Corinthiana sai dos campos de futebol e se transforma na ponte política para engrossar a massa de protestos a favor da democracia e pelas eleições diretas para presidente da república no Brasil. Entre as contribuições do filme para o debate entre política e futebol temos o destaque para o lateral esquerdo Wladimir, que seria, na ocasião, o principal fomentador de um projeto sindical entre os jogadores de futebol, que entretanto ficou legado a condição de coadjuvante de Sócrates e Casagrande. O primeiro marcado pela associação de mártir do movimento e o segundo pela rebeldia, rock ‘n’ roll, representante da geração 80. Nossa reflexão, busca discutir as estratégias de resistência e autoritarismo para que o movimento, tanto da democracia quanto das diretas, se tornasse mais branco do que preto. Colaboram para esse estudo reflexões de Norberto Bobbio, Walter Benjamin, Theodor Adorno, Alfredo Bosi e Elcio Cornelsen.
Downloads
Detalhes do artigo
Seção
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (veja O Efeito Acesso Livre).
Como Citar
Referências
ADORNO, Theodor. Teoria Estética. Tradução: Artur de Mourão, Lisboa: Edições 70, 1993.
BENJAMIN, Walter. Sobre o conceito de história Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. Tradução: Sergio Paulo Rouanet, 7ª ed., São Paulo: Brasiliense, 1994.
BOBBIO, Norberto; MATTEUCCI, Nicola; PASQUINO, Gianfranco. Dicionário de Política. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1ª ed., 1998.
BOSI, Alfredo. Narrativa e resistência. Revista Itinerários. Araraquara: Unesp, n. 10, 1996.
BOLDRINI, Ângela. Deputado do PSL quebra peça de exposição sobre Consciência Negra na câmara: charge retratava jovem morto por policial e foi considerada ofensiva pela ‘bancada da bala’. Folha de São Paulo, 19/11/2019 p. 1. Disponível em: https://bit.ly/2N5xufT. Acesso em: 21 de nov. de 2019.
BRASIL, República Federativa do Brasil. Projeto do II Plano Nacional de Desenvolvimento II PND (1975-1979), Brasília, 1974, p. 41-42. Disponível em: www.biblioteca.presidencia.gov.br › catalogo › geisel › ii-pnd-75_79.
CORNELSEN, Elcio. Sentimento e política no futebol alemão: construção da nação em 1990 e 2006. História: Questões & Debates, Curitiba, n. 57, p. 73-99, jul.-dez. 2012.
LATUFF, Carlos. Charge: O genocídio da população negra, 2013. Disponível em: https://bit.ly/35CCvTG. Acesso em: 22 nov. 2019.
MOREIRA, Assis. “A Amazônia tem que ser explorada, não abro mão disso”, afirma Bolsonaro em Tóquio. O Globo, 21 out. 2019. Caderno Sociedade. Disponível em: https://glo.bo/2T3cjyG. Acesso em: 01 nov. 2019.
FILMOGRAFIA
ASBEG, Pedro (direção). Democracia em preto e branco. Brasil, son., color., 2014, 63 min.
DISCOGRAFIA
IRA! Núcleo Base. Mudança de comportamento. Produção: Pena Schmidt. Rio de Janeiro: WEA, 1985.
PARALAMAS DO SUCESSO. Selvagem. Selvagem?. Produção: Liminha. Rio de Janeiro: EMI, 1986.
RITA LEE. Amor branco e preto. Hoje é o primeiro dia do resto de sua vida. Produção: Arnaldo Baptista. Rio de Janeiro: Philips Records/Polydor Records, 1972.
RITA LEE. Vote em mim. Rita Lee e Roberto de Carvalho. Produção: Rita Lee, Roberto de Carvalho e Max Pierre. Rio de Janeiro: Som Livre, 1982.
TITÃS. O quê?; Polícia; Estado violência. Cabeça Dinossauro. Produtores: Liminha, Vitor Farias e Pena Schmidt, Rio de Janeiro: WEA, 1986.
ULTRAJE A RIGOR. Inútil. Nós vamos invadir a sua praia. Produção: Liminha e Pena Schmidt, Rio de Janeiro: WEA, 1985.