O processo de transformação do futebol como elemento da identidade nacional brasileira
Conteúdo do artigo principal
Resumo
Esse artigo tem como objetivo analisar o processo de transformação do futebol como elemento da identidade nacional brasileira. A modalidade transformou-se em paixão e patrimônio nacional na primeira metade do século XX, consolidando-se principalmente entre as décadas de 1930 e 1950. Neste período o futebol brasileiro foi utilizado como instrumento político durante o Estado Novo, causou forte comoção nacional após a derrota para o Uruguai na final da Copa do Mundo no Maracanã em 1950 e finalmente atingiu sua consagração com o título mundial em 1958. Após a conquista da Taça Jules Rimet os brasileiros assumiram de vez esta prática esportiva como parte de sua identidade nacional fortalecendo ainda mais a expressão que o Brasil era o “país do futebol”.
Downloads
Detalhes do artigo
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (veja O Efeito Acesso Livre).
Referências
ANDERSON, Benedict. Comunidades imaginadas: reflexões sobre a origem e a difusão do nacionalismo. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.
ANTUNES, Fatima Martins Rodrigues Ferreira. “Com brasileiro não há quem possa!”: Futebol e identidade nacional em José Lins do Rego, Mário Filho e Nelson Rodrigues. São Paulo: Editora UNESP, 2004.
BARRETO, Túlio Velho. Gilberto Freyre e o futebol-arte. Revista USP, São Paulo, n. 62, p. 233-238, jun.-ago. 2004.
BOURDIEU, Pierre. Questões de sociologia. Lisboa: Fim de Século Edições, 2003.
BRASIL. Decreto n. 3.199, de 14 de abril de 1941. Estabelece as bases de organização dos desportos em todo o país. Rio de Janeiro, 14 de abril de 1941. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/1937-1946/Del3199.htm. Acesso em 18 out. 2019.
CASTRO, Ruy. Estrela solitária: um brasileiro chamado Garrincha. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
DA MATTA, Roberto et al. Universo do Futebol: esporte e sociedade brasileira. Rio de Janeiro: Edições Pinakotheke, 1982.
ELIAS Norbert; DUNNING Eric. A busca da excitação. Lisboa: Difel, 1992.
FILHO, Mario. O negro no futebol brasileiro. 5ª edição. Mauad: Rio de Janeiro, 2010.
FRANCO JÚNIOR, Hilário. A dança dos deuses: futebol, cultura e sociedade. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.
GALEANO, Eduardo. Futebol ao sol e à sombra. Porto Alegre: Coleção L&PM Pocket, 2013.
GAUDÊNCIO, Itamar Rogério Pereira. Football suburbano e festivais esportivos: lazer e sociabilidade nos clubes de subúrbio em Belém do Pará (1920-1952). Tese (Doutorado em História). Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da UFPA, Belém, 2016.
GIGLIO, Sérgio Settani; MORATO, Márcio Pereira; STUCCHI, Sérgio e ALMEIDA, José Julio Gavião de. O dom de jogar bola. Horizontes antropológicos. Porto Alegre, v. 14, n. 30, p. 67-84, jul.-dez. 2008.
HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro: Lamparina, 2014.
HOBSBAWM, Eric; RANGER, Terence. (Org). A invenção das tradições. São Paulo: Paz e Terra, 2012.
MARCUSE, Herbert. Cultura e Sociedade – Vol. 1. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1997.
MASCARENHAS, Gilmar. Entradas e bandeiras: a conquista do Brasil pelo futebol. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2014.
MASCARENHAS, Gilmar. O futebol da canela preta: o negro e a modernidade em Porto Alegre. Anos 90 - Revista do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, v. 7, n. 11, p. 144-161, jul. 1999.
MAUS, Marcel. Sociologia e antropologia. São Paulo: Cosac Naify, 2003.
NEGREIROS, Plínio Labriola. Copa de 1938: rádio, festas nas ruas, cinema: torcendo pelos bravos legionários. Ludopédio. 06 dez. 2017. Disponível em: https://www.ludopedio.com.br/arquibancada/copa-de-1938-radio-festas-nas-ruas-cinema-torcendo-pelos-bravos-legionarios/. Acesso em: 17 out. 2019.
NOGUEIRA, Armando; SOARES, Jô; MUYLAERT, Roberto. A Copa que ninguém viu e a que não queremos lembrar. São Paulo: Companhia das Letras, 1994.
ORTIZ, Renato. Cultura brasileira e identidade nacional. São Paulo: Brasiliense, 2005.
PEREIRA, Camila Augusta; LOVISOLO, Hugo. 1938: O nascimento mítico do futebol-arte brasileiro. In: HELAL, Ronaldo; CABO, Alvaro do (org). Copa do Mundo: comunicação e identidade cultural no país do futebol. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2014, p. 37-56.
RODRIGUES, Nelson. À sombra das chuteiras imortais: crônicas de futebol. São Paulo: Companhia das Letras, 1993.
SANTOS, Joel Rufino dos. História política do futebol brasileiro. São Paulo: Editora Brasiliense, 1981.
SOUZA, Denaldo Achorne de. O Brasil entra em campo!: Construções e reconstruções da identidade nacional (1930-1947). São Paulo: Editora Annablume, 2008.
ZWEIG, Stefan. Brasil, um país do futuro. Porto Alegre: Coleção L&PM Pocket, 2008.