REPRESENTAÇÃO DAS MULHERES NO FUTEBOL

 

É muito comum em nosso cotidiano nos referirmos ao Brasil como o país do futebol. No entanto, uma parte dessa história ficou esquecida. Por quase quatro décadas, as mulheres foram oficialmente proibidas de jogar bola (1941-1979) e a regulamentação do futebol feminino aconteceu apenas no ano de 1983. Tal interdição retardou o desenvolvimento da modalidade, cujas consequências ainda hoje se fazem notar, tais como a falta de estímulo à profissionalização (nos clubes) ou à prática (seja na várzea, nos clubes, nas escolas, na areia ou nas quadras), o reconhecimento histórico e a visibilidade (espaço nas pesquisas, no livros, nos museus, na mídia e no cotidiano, de modo geral, além da precariedade da representação nas artes – literatura, música, cinema, moda, charge, pintura, fotografia, etc.).

Em busca de refletir sobre estes e outros aspectos, a FuLiA/UFMG, revista sobre Futebol, Linguagens e Artes, propõe a chamada para artigos científicos, resenhas e entrevistas para o dossiê Representação das mulheres no futebol, que tem como objetivo promover a reflexão e o debate sobre a presença e o papel das mulheres neste universo, abordando temas como futebol e gênero; o futebol feminino como linguagem; a história do futebol feminino; edição e futebol feminino; representatividade das mulheres na literatura de futebol e outras artes; o futebol feminino na literatura escrita por mulheres; o futebol feminino na mídia e em outros temas correlatos.

Serão bem-vindas contribuições de diversas áreas – Letras, Estudos Literários, Estudos da Linguagem, Estudos da Edição, Artes, Comunicação, História, Estudos do Lazer, Antropologia e Sociologia, entre outras – sobre as mais diversas formas de representação da mulher no futebol, desde modalidades do torcer, relatos memorialísticos, formas diversas de produção de discursos, até transformações do jogo e modos de apreensão temporal de corpos, gêneros e sexualidades.

 

Coorganização: Dra. Silvana Goellner (UFRGS-Brasil); Dra. Verónica Moreira (UBA-Argentina); Dr. Gustavo Cerqueira Guimarães (SME/Lajinha-Brasil)