A várzea como refúgio imaginários sociodiscursivos em narrativas de vida de personagens do futebol amador de Belo Horizonte/MG
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Resumo
Em muitas cidades brasileiras, campos de várzea e agremiações amadoras de futebol surgem para cobrir a lacuna de socialização e lazer em áreas onde o poder público está ausente. Nossa hipótese é a de que, ouvindo narrativas de vida de diferentes personagens da várzea, é possível ligar os pontos em comum dessas vozes e fazer emergir o interdiscurso capaz de evidenciar o conhecimento e os imaginários desses sujeitos sobre o papel e a evolução do futebol de várzea na capital mineira. Para tanto, valemo-nos de entrevistas espontâneas e de ferramental teórico da Análise do Discurso de linhagem francesa. Neste estudo, entrevistamos três personagens do futebol de várzea de Belo Horizonte de gerações diferentes (um participante de 29 anos, uma participante de 69 anos e outro de 72 anos) e analisamos como o imaginário sociodiscursivo da várzea como “refúgio” de ambientes hostis aparece no interdiscurso que perpassa as três narrativas de vida.
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