O futebol no capitalismo: uma poética da contradição?

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Luis Maffei

Resumo

Além de seu caráter histórico e social, o futebol possui uma inegável força enquanto prática simbolicamente aberta ao poético, em vários níveis, entre os quais a complexa aprendizagem que o jogo permite, ou a intrínseca produção de inesperado que uma partida pode guardar. No entanto, num mundo em que o capitalismo se assenhoreia de tudo, maneja as regras e dimensiona os reais, como este jogo, prática tão rentável e cada vez mais parecida com o turismo, pode estabelecer-se como uma poética da contradição?

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Como Citar
MAFFEI, L. O futebol no capitalismo: uma poética da contradição?. FuLiA/UFMG , Belo Horizonte/MG, Brasil, v. 1, n. 1, p. 24–35, 2016. DOI: 10.17851/2526-4494.1.1.24-35. Disponível em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/fulia/article/view/13811. Acesso em: 29 mar. 2024.
Seção
DOSSIÊ
Biografia do Autor

Luis Maffei, UFF/ FAPERJ

Luis Maffei (Brasília1974) é um ensaístamúsico, professor de Literatura Portuguesa da Universidade Federal Fluminense e poeta brasileiroo.

Tem três livros de poemas publicados: A, em 2006; Telefunken, em 2008; e 38 círculos, em 2010, todos pela editora Oficina Raquel (Rio de Janeiro). Em 2009, seu livroTelefunken teve uma edição portuguesa, lançada pela editora Deriva (Porto).

Na poesia de Luis Maffei é possível notar um gosto: o futebol. Não só por no livro de estreia haver uma série de poemas intitulada Copa do Mundo 2002, como também pela presença de Nome de Guerra, poema que revela a sua torcida pelo Club de Regatas Vasco da Gama. Além do futebol, há diálogos com as artes plásticas, o cinema, a música e a literatura portuguesa, de Camões à Adília Lopes. Com esses diálogos, Luis Maffei desconfia do mundo, da transcendência, do lugar das coisas, permitindo-se versar belezas, gestos, horrores, imagens e sons à sua maneira, se valendo de referências e se livrando das recorrências do nosso tempo.

Os gostos em poesia são compartilhados com o trabalho musical de Luis Maffei que, em parceria com Marcelo Gargaglione, lançou o disco Na mesma situação de blake, em 2005.

Além de poeta e músico, é colunista da revista eletrônica Pequena Morte e da ítalo-brasileira Fórum Democrático, e tem ensaios publicados em revistas especializadas como aCamoniana.

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Referências

BATAILLE, Georges. O erotismo. Trad.: Fernando Scheibe. Belo Horizonte: Autêntica, 2013.

CHAUÍ, Marilena. Sociedade brasileira: violência e autoritarismo por todos os lados. Entrevista a Juvenal Savian Filho e Laís Modelli. Cult - revista brasileira de cultura, nº 209, fevereiro de 2016, p. 8-17.

DEBORD, Guy. A sociedade do espetáculo: comentários sobre a sociedade do espetáculo. Tradução Estela dos Santos Abreu. Rio de Janeiro: Contraponto, 1997.

PESSOA, Fernando. Poesia completa de Álvaro de Campos. Edição Teresa Rita Lopes. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.

PINTO DE SOUZA, Ricardo. O belo jogo. In: MENEZES, Raquel; MIRANDA, Fernando (org.). Pequena morte – futebol-arte. Rio de Janeiro: Oficina Raquel, 2010, p. 66-70.

RODRIGUES, Nelson. Os guizos radiantes de Garrincha. In: ______. A pátria em chuteiras – novas crônicas de futebol. São Paulo: Companhia das Letras, 2001, p. 96-97.

ŽIŽEK, Slavoj. O absoluto frágil ou Por que vale a pena lutar pelo legado cristão? Trad.: Rogério Bettoni. São Paulo: Boitempo, 2015.