Futebol dos futebóis: dissolvendo valências simbólicas de gênero e sexualidade por dentro do futebol

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Luiz Henrique Toledo
Wagner Xavier Camargo

Resumo

O futebol, entre inúmeras práticas lúdicas historicamente esportivizadas, manteve-se hegemônico a partir de múltiplas projeções e experiências valorativas, políticas, estéticas e sensoriais, tornando-se paulatinamente uma espécie de “índice canônico” para se pensar, de modo geral, formas de sociabilidade na contemporaneidade. Em seus desdobramentos simbólicos, ele não apenas se expandiu territorialmente, como tem oferecido um conjunto de metáforas aos “modos de existência” de indivíduos e grupos. Partindo desta ideia de senso comum sobre dada “hegemonia” do futebol, mas partilhada academicamente, propomos perceber que tais “modos” se materializam e se disseminam em “múltiplos futebóis” que alcançaram expressões politizadas e que podem ser explorados “de dentro” deste fenômeno global. Para tanto, trazemos um caso ocorrido durante a Copa do Mundo da Rússia-2018 e refletimos sobre a sexualização de corpos no contexto futebolístico midiatizado, pensando o futebol pela relativização de seus modos simbólicos de impor suas regras e sociabilidade esportivas, tomadas tacitamente como universais.

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Como Citar
TOLEDO, L. H.; CAMARGO, W. X. Futebol dos futebóis: dissolvendo valências simbólicas de gênero e sexualidade por dentro do futebol. FuLiA/UFMG , Belo Horizonte/MG, Brasil, v. 3, n. 3, p. 93–107, 2019. DOI: 10.17851/2526-4494.3.3.93-107. Disponível em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/fulia/article/view/14646. Acesso em: 28 mar. 2024.
Seção
DOSSIÊ
Biografia do Autor

Luiz Henrique Toledo, Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)

Doutor em Antropologia (USP)

Mestre em Antropologia (USP)

Graduado em Antropologia (USP)

Wagner Xavier Camargo, Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)

Pós-doutor em Antropologia Social (UFSCar, 2016)

Doutor em Ciências Humanas (UFSC, 2012)

Mestre em Educação Física Adaptada (UNICAMP, 1999)

Bacharel em Sociologia (1996)

Licenciado em Antropologia (1995)

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Referências

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