Vínculos afetivos e sexuais no contexto prisional
O estudo de caso de uma mulher encarcerada
Palavras-chave:
Relacionamentos afetivo-sexuais, Mulheres aprisionadas, Aprisionamento, Gênero, Teoria do ApegoResumo
O presente estudo pretende refletir acerca dos relacionamentos afetivo-sexuais de uma mulher aprisionada. Trata-se do recorte da tese de uma das autoras, na qual foram efetuados seis estudos de caso com mulheres encarceradas. Uma das histórias foi escolhida por mostrar padrões de apego ao longo da vida e trazer questionamentos acerca do sistema carcerário. Para a aquisição dos dados, além de um diário de campo, realizaram-se entrevistas semiestruturadas, gravadas e transcritas posteriormente. Para a análise, utilizaram-se os seguintes referenciais teóricos: Teoria do Apego, de John Bowlby; criminalidade feminina, a partir do conceito de gênero; relacionamentos afetivos no contexto criminal e prisional. Foi perceptível que os modelos relacionais vivenciados na infância têm engendrado as escolhas da participante e trazido implicações para o seu processo de subjetivação. Embora anseie por afeto e constituição de uma família tradicional, ela evita a proximidade, uma característica das pessoas com estilo de apego evitativo. Evidenciaram-se a violência de gênero, a necessidade de questionamento das restrições ao contato impostas nas prisões e da atual política de encarceramento brasileira.
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