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Artigos

v. 4 n. 5 (2017): Revista Indisciplinar

Financeirização: precisões e expansões do capital fictício e sua lógica

Enviado
abril 24, 2021
Publicado
2017-12-01 — Atualizado em 2017-12-01

Resumo

A crise pela qual atravessa hoje o capitalismo mundial, cuja origem remonta ao mercado de subprimes nos Estados Unidos na década passada, tem contribuído para o surgimento de diversos estudos críticos que abordam a questão da chamada financeirização do capitalismo contemporâneo. Este artigo visa contribuir para a compreensão deste fenômeno à
luz da crítica da economia política, utilizando como categoria explicativa central o capital fictício. Tal categoria se configura como um desenvolvimento dialético do capital portador de juros, e redefine temporal e espacialmente as relações capitalistas de produção. Compreende-se a financeirização como um fenômeno cuja origem está relacionada às respostas à crise estrutural dos anos 1970 e que transcende a esfera econômica, possuindo narrativas e ideários que penetram no conjunto da sociedade, e busca-se conexões com suas implicações para a vida cotidiana das famílias trabalhadoras, a partir de exemplos
do caso brasileiro. Segundo a visão aqui defendida, portanto, a financeirização compreende um fenômeno global, por ser mundializado e influente no conjunto do tecido social. Conclui-se o texto com uma breve reflexão sobre os desafios para a contraposição a este fenômeno, tanto do ponto de vista de uma agenda acadêmica quanto da prática política, que apontam
para rupturas sistêmicas e para o resgate dos comuns.

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