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Artigos

v. 7 n. 1 (2021): Outros mundos: novas subjetividades, novos métodos

Auto-organização, afirmação e politização na Festa de São Francisco das Chagas no Remanso (Lençóis-BA).

Enviado
dezembro 24, 2021
Publicado
2021-12-24

Resumo

Este artigo reflete sobre as transformações no modo de organização da festa mais tradicional da comunidade quilombola do Remanso na Chapada Diamantina (Bahia): a festa de São Francisco das Chagas, celebrada anualmente. O texto apresenta o contexto da festa de modo  a revelar as formas próprias de resistência que culminam em um processo de politização dos seus agentes. Trata-se de uma experiência que revela a emergência de um saber e práticas singulares, sujeitas a disputas, ausência de apoio e negação de direitos e que se articulam com outras formas locais de festejar: a Marujada Quilombola do Remanso e as cerimônias de Caruru dedicadas aos santos Cosme e Damião. Tendo estes três momentos como centrais na análise, o artigo pontua os festejos identitários como importantes espaços de construção de políticas e mediação, dando ênfase ao seu processo de organização e à atuação das mulheres na base da tomada de decisões, na organização e na condução dos rituais. Ao olhar para os sentidos destas três formas de festejar, temos uma histórica invisibilidade e vulnerabilidades que atravessam um cotidiano cuja potência se afirma a partir da sua base identitária, o Jarê, religião de matriz africana exclusiva da região das Lavras Diamantinas, onde se encontra o Remanso.

Referências

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