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Artigos

v. 7 n. 1 (2021): Outros mundos: novas subjetividades, novos métodos

O processo no projeto e no ensino de arquitetura sob um olhar decolonial

Enviado
dezembro 24, 2021
Publicado
2021-12-24

Resumo

Este artigo aborda a arquitetura como um processo aberto, em vez do foco na representação do projeto-produto fechado, tão referenciado pelas ideologias universais. Por outro lado, o surgimento da arquitetura é pautado pela produção de espaços extraordinários e estabelece a representação como paradigma, reduzindo o espaço à imagens bidimensionais e transformando-o em produto-mercadoria. O consumo rápido e indiscriminado dessas imagens facilita a aceitação de ideologias universais e a imposição cultural. Nesse sentido, a colonialidade é entendida como algo que atravessa e regula a vida em diversos aspectos, chegando até à subjetividade dos indivíduos e às maneiras de conhecer a realidade e o mundo, sendo o sistema educacional um dos principais meios de manutenção desse controle. O ensino/aprendizagem da arquitetura focado na representação do projeto-produto e na transmissão do modo architectorum é problematizado. Assim, a discussão sobre o ensino de projeto é feita a partir de um olhar decolonial, investigando como o processo de avaliação pode contribuir para a pluriversalidade e para a valorização do processo, em detrimento da valorização do produto pautado pelo modelo universal do que é uma “boa arquitetura”. Por fim, é apresentado um método de projeto aberto com interfaces para exemplificar o uso da representação como ferramenta para o processo, auxiliando a investigação de desejos próprios e de novas subjetividades para que possamos projetar outros mundos onde muitos mundos sejam possíveis.

Referências

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