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Artigos

v. 7 n. 2 (2021): Outros mundos: novas subjetividades, novos métodos

A dimensão [i]material da arquitetura industrial de fortaleza: Um estudo sobre as “Oficinas do Urubu ”

Enviado
janeiro 29, 2022
Publicado
2021-12-31

Resumo

A discussão sobre patrimônio cultural envolve diversas abordagens que reforçam o lugar da arquitetura como objeto dotado de historicidade a ser preservado. Nesse artigo, entendemos que as experiências – ou ausência delas – entre sujeito e arquitetura podem contribuir tanto para a sua preservação quanto para o seu esquecimento. Nessa perspectiva, ensejamos uma reflexão sobre a percepção do edifício através dos sentidos humanos, pois acredita-se que esta etapa é fundamental no processo de reconhecimento e preservação de um lugar. Na direção oposta, entraves para essa relação podem acelerar processos de perda e estranhamento de determinados bens culturais. Para tratar desse tema, propõe-se realizar um diálogo entre áreas afins, como arquitetura e antropologia, com objetivo de pensar o edifício em toda a sua (i) materialidade. Em seguida, desdobra-se a discussão na análise de um antigo conjunto fabril localizado no nordeste brasileiro, na cidade de Fortaleza, Ceará. O conjunto é conhecido como Oficinas do Urubu e, assim como outras edificações industriais da cidade, parece invisível em meio a trama urbana, mesmo com suas proporções gigantescas. Essas estruturas, frequentemente isoladas do seu entorno por extensos muros, se tornam fragmentos desconectados das dinâmicas da cidade. Essa análise tem como objetivo identificar os impactos do distanciamento desses edifícios históricos apartados da sociedade. Observa-se a importância da percepção de uma arquitetura dos fenômenos urbanos que estabeleça um diálogo com os processos cotidianos que dão sentido às práticas de cidade. Aponta-se, assim, para a criação e ampliação das possibilidades de olhar, avaliar e interferir no patrimônio industrial.

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