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Contos

v. 6 n. 2 (2020): Revista Indisciplinar

Os cus do mundo

DOI
https://doi.org/10.35699/2525-3263.2020.29011
Enviado
janeiro 14, 2021
Publicado
2020-12-31 — Atualizado em 2020-12-31
Versões

Resumo

O cheiro de arroto de comida azeda empesteando, à mesma vez, o início e fim do mundo fazia do ciclo do ciclo terreno uma desculpa bem meia boca e, naquela hora, em que o mundo derretia na acidez da névoa mesclada ao aquecimento global, cujos estadunidenses botavam a culpa em qualquer potência bem firmada ao leste do mundo, coisa de Rússia ou China ou uma das Coreias, diziam em rede aberta, das sociais à Fox News, antes da perda de todos, mas todos, sinais de ondas propagadas dentro e fora do globo. O falho, estando mais para tecnológico, porque se as ondas das estrelas seguem em vida muitos e muitos anos depois, não seria a explosão do mundo, e não do universo, que daria o fim a elas. Nenhum norte americano vivente na parte de cima do muro fronteiriço entre as Américas do Norte diria da culpa de seus eletrônicos made In qualquer nação asiática, mas das ondas apagadas por algum, como diziam, terrorista iraniano, iraquiano ou de um desses países que, provavelmente, deveriam fazer divisa com o Líbano, numa resposta irmã à explosão de nitrato de amônio do porto de Beirute. O cheiro do fim do mundo estava impregnado antes de tudo acabar enquanto todos esperavam a virada de tempo anunciado nas trombetas apocalípticas descritas nas Revelações de São João. Ou quase todo mundo.

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