Paisagens para a renda, paisagens para a vida: disputas contemporâneas pelo território urbano” foi apresentado originalmente pela professora doutora Raquel Rolnik na aula de erudição ministrada no âmbito do concurso de titularidade para o Departamento de Projeto da FAU-USP. O texto orientou a palestra da urbanista realizada no dia 25 de julho de 2018, durante o 2° Seminário Internacional Urbanismo Biopolítico: Urbanismo Neoliberal e Resistências Biopotentes em Belo Horizonte. A autora discute o processo global da financeirização e como ele se expressa nas chamadas paisagens para a renda e, também nas chamadas paisagens para a vida, territórios organizados a partir da lógica da sobrevivência, das necessidades e dos desejos de prosperidade. Tomando a organização do espaço, o planejamento urbano e o papel do Estado como fio condutor, a autora articula a luta das periferias no final dos anos 1970, a criação das ZEIS, os projetos de reestrutureação urbana no bojo dos megaeventos esportivos, os processos de remoção decorrentes dos grandes investimentos em infraestrutura, as grandes operações urbanas, as transformações no campo da política habitacional, a crise hipotecária e financeira de 2008 e a proliferação de PPPs e o modo como penetra na produção do espaço urbano. Trata-se, no entanto, de práticas de implantação de um modelo urbano e econômico que não ocorre sem batalhas políticas e sociais, e em torno das quais se constituem lutas, movimentos socias, ocupações e ativismos, descritos pela autora a partir dos confrontos e das novas alternativas de agenciamentos espaciais que delas emergem.
